"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 11 de agosto de 2012

A TRANSMISSÃO DO JULGAMENTO DO MENSALÃO PELA TV NOS MOSTRA MUITA COISA

A lei que rege o exercício da advocacia declara que o advogado é indispensável à administração da justiça e que, no seu ministério privado, presta serviço público e exerce função social. A transmissão ao vivo da defesa dos réus do mensalão tem fornecido provas abundantes que, na prática, esse dispositivo legal parece ser letra morta.

A impressão que temos é a de que os ministros do STF, ao fim de cada dia, são obrigados a retirar de seus ouvidos volume expressivo de entulho. Porém, o que interessa aos membros da sociedade brasileira não são as paparrotices que tem escutado na televisão e sim como irão se comportar os ministros de nossa Magna Corte.

Reinaldo Azevedo, em seu blog, no dia 05 de agosto de 2012, registra por escrito a dúvida de toda a sociedade brasileira com relação aos réus do mensalão: O Brasil que prende “pobre, preto e puta” tomará vergonha na cara para prender “político, petista e poderoso”? Com a palavra, os 11 ministros do STF. Eles decidirão que país teremos.

Membros das equipes de advogados dos componentes da quadrilha que se locupletou do dinheiro público – cuja origem é a elevadíssima carga tributária paga pelo povo brasileiro – veem tentando minimizar e desvirtuar os termos da acusação apresentada por Roberto Gurgel, procurador-geral da República, por ter tido a coragem de nomear os fatos por seu verdadeiro nome: assalto aos cofres públicos.

O texto da acusação foi contundente e demonstrativo, à saciedade, que nunca antes nesse país tinha existido um esquema de corrupção e corruptos instalados dentro do Palácio do Planalto como o apelidado de mensalão.

Reinaldo Azevedo, com muita competência sintetiza as tarefas que os ministros do STF deverão esclarecer para toda a sociedade brasileira:

- Os 11 do Supremo vão dizer se roubar o Banco do Brasil é normal.

- Os 11 do Supremo vão dizer se roubar dinheiro público é normal.

- Os 11 do Supremo vão dizer se conceder benefícios a um banco privado em troca de grana é normal.

- Os 11 do Supremo vão dizer se comprar parlamentares e partidos com dinheiro sujo é normal.

- Os 11 do Supremo vão dizer se agências de publicidade pagando parlamentares em nome de um partido é normal.

- Os 11 do Supremo vão dizer se pagar em 2003 uma campanha eleitoral feita em 2002, em moeda estrangeira, no exterior, ao arrepio de qualquer controle, é normal.

- Os 11 do Supremo vão dizer, em suma, se a safadeza deve ser tomada como a medida da normalidade brasileira.

Com a decisão dos 11 ministros, a sociedade brasileira ficará sabendo se foi dado um Basta jurídico pela Magna Corte à Ditadura da Corrupção implantada pelo PT no Brasil, na qual os cidadãos que trabalham e mantém o Estado são reféns dos corruptos.

Reinaldo Azevedo, com muita propriedade, frisa que nenhum dos ministros do Supremo participantes do julgamento do mensalão será esquecido pela sociedade brasileira, pois a memória histórica é eterna. Enquanto houver Brasil, haverá os onze ministros que julgaram os réus do que se chamou mensalão, sendo que oito foram nomeados por governantes filiados ao PT.

Sem a menor dúvida, após o julgamento de Cesare Battisti e dos Fichas Sujas, essa é a grande chance dos ministros mostrarem à sociedade que não são um mero aparelho do PT.

A nação brasileira espera presenciar a um julgamento isento e justo, sem atos ocultos ou escancarados de proteção dos que forem culpados; espera que os julgadores sejam fiéis às instituições, jamais aos políticos e seus cupinchas que cometeram atos malfeitos.

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