"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 7 de agosto de 2012

É PRECISO EQUILIBRAR PRODUÇÃO E BEM-ESTAR COM LIBERDADE, PARA SALVAR A TERRA

O bom escritor Frei Leonardo Boff escreve um instigante artigo analisando o fim do crescimento econômico, hoje quase todo ele feito sob o sistema capitalista de mercados, devido a termos esgotados o espaço disponível do planeta Terra, a mãe Gaia.

É assunto interessante. Estaríamos mesmo chegando perto de uma economia madura e estacionária, onde os custos totais para produzir (levando em conta a poluição, externalidades etc.) sempre seriam mais altos do que o preço de venda do produzido? Teríamos chegado ao limite do crescimento lucrativo?

O certo é que tem um limite. É difícil, porém, prever o ponto de pico do crescimento econômico, porque felizmente a ciência e as inovações tecnológicas o vão empurrando sempre para frente.
Desde o grande economista reverendo Malthus, os grandes pensadores têm analisado o grave problema. A prática nos mostra que hoje a Mãe Gaia, habitada por cerca de 7 bilhões de habitantes e com superfície terrestre de aproximadamente 150 milhões de km², dos quais o Brasil ocupa quase 9 milhões de km², e oceanos com superfície de cerca de 450 milhões de km², este o verdadeiro pulmão de Gaia, está longe ainda do limite de ocupação/uso, mesmo dentro do atual estágio de Ciência/Tecnologia. Lógico que devemos poupar e utilizar cada vez mais eficientemente nossos recursos naturais, mas está claro que estamos ainda muito longe de uma economia estacionária.

Ademais, a maioria dos demógrafos calcula que pela evolução das atuais taxas de crescimento da população, cerca de 2% ao ano e decrescente, atingiremos um máximo de 14 bilhões de habitantes daqui a 50 anos, ou seja o dobro da população atual, perfeitamente suportável.

O que temos sim é uma janela de aproximadamente 50 anos para enriquecermos, a fim de depois aproveitarmos a velhice da maioria. Mas como nossa produtividade cresce na ordem de 3% ao ano e crescente, mais do que o 2% ao ano e decrescente do crescimento da população, isso é perfeitamente possível.

O escritor Boff usa como termômetro as crises financeiras do Sistema Econômico, para analisar o ponto de pico, mas a meu ver isso não é o melhor caminho para a análise, porque essas crises financeiras são criadas artificialmente pelas águias financeiras para ganhar bem mais que o Lucro Normal. Tanto que elas dizem “que uma crise financeira é uma coisa muito importante para não ser utilizada”.

A solução correta está com os neokeynesianos, entre os quais me incluo, que propõem regulação e reformas. É o sistema que melhor funciona e equilibra produção e bem-estar com liberdade, nosso maior bem depois da saúde.

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