"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 15 de agosto de 2012

PIB EM BAIXA, INFLAÇÃO EM ALTA

 
O mercado está desanimado e vem jogando cada vez mais para baixo as previsões de crescimento da economia, enquanto coloca em posição contrária a expectativa para a inflação. O Boletim Focus, relatório semanal em que o Banco Central reúne as previsões de analistas e consultores, reforça essa avaliação.

No documento divulgado ontem, a projeção para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) do país ficou em apenas 1,81% — na semana passada era de 1,85% e há um mês encontrava-se em 1,90%. Já a estimativa para a inflação sobe há cinco semanas sem parar e está agora em 5,11%.

Diante de tanto pessimismo, as expectativas se voltam para o pacote que o governo deve anunciar nesta semana e para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no fim do mês. Ninguém duvida de uma nova queda na taxa básica de juros.

A redução da Selic foi, inclusive, tema de declarações do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, no Rio de Janeiro.

Apesar da presidente Dilma Roussef já ter chamado a atenção da equipe várias vezes para que deixe o assunto juros para o Banco Central, Pimentel garantiu que a taxa vai cair ainda mais. Segundo o ministro, todos os fundamentos macroeconômicos da economia são sólidos.

"Só falta o crescimento econômico, mas vamos fechar o ano numa situação melhor", observou.

Pessimismo

O governo tenta injetar otimismo, mas estudos internos da equipe econômica dão conta de que a atividade pode não acelerar no ritmo desejado. Oficialmente, o Ministério da Fazenda ainda prevê um PIB de 3% para o ano, mas contas feitas pela área técnica são até mais pessimistas que as do mercado e indicam uma expansão em torno de 1,7%.
Culpa da indústria, que apresenta uma retração bem maior do que o esperado.
Para o economista André Perfeito, da Gradual Investimento, a piora nas projeções já deve ter chegado ao ápice. "A exótica combinação de baixo crescimento com mercado de trabalho ainda em alta está produzindo a redução do PIB potencial", explicou.

Segundo ele, 2012 já acabou e a virada para 2013 vai depender muito das medidas de estímulo ao investimento a serem anunciadas.
VÂNIA CRISTINO Correio Braziliense
15 de agosto de 2012

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