"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 21 de outubro de 2012

SERRA PERDE ELEITOR CONSERVADOR POR NÃO FALAR OLHO NO OLHO COM ELE

A abordagem superficial de temas como a apologia ao homossexualismo junto a crianças promovida por Haddad e a terceirização de ataques relacionados a moral e a valores, afastam Serra do eleitorado que o levou para o segundo turno em 2010. Serra faz uma campanha covarde e o resultado será um só: a derrota. Até mesmo Lula, ontem, disse que Serra "virá babando" na última semana. Não virá, Lula. Você viria, ele jamais. São as luvinhas brancas e os punhos de renda que nunca mais darão o poder aos tucanos.

Na simulação de segundo turno da eleição paulistana, o candidato do PT, Fernando Haddad, vence o tucano José Serra mesmo entre os eleitores classificados como conservadores numa escala de posicionamento ideológico criada pelo Datafolha.
 
Nesse grupo, Haddad tem 46% das intenções de voto contra 33% de Serra. No conjunto, vence por 49% a 32%. O dado chama a atenção porque em pesquisa semelhante feita pelo instituto em setembro o petista tinha o pior desempenho entre os conservadores, com 12%. Naquela ocasião, o líder isolado nesse grupo, com 41%, era Celso Russomanno (PRB), hoje fora da disputa. Serra tinha 21%.
Os que se identificam com valores conservadores representam 33% dos paulistanos, o maior contingente na escala do Datafolha que agrupa os eleitores em cinco grandes lotes ideológicos. Extremamente liberais são 6%. Liberais, 28%. Medianos (nem conservadores, nem liberais) somam 23%. E extremamente conservadores, 9%.
 
Haddad bate Serra em 4 dos 5 agrupamentos, principalmente entre os liberais Na pesquisa, o Datafolha usou como referência os métodos e a tipologia política do Pew Research Center em estudos sobre o voto americano.
Cada entrevistado na pesquisa de intenção de voto foi convidado a responder questões sobre valores sociais, políticos e culturais.
 
Os resultados revelam as opiniões dos paulistanos em vários temas da atualidade. Pendendo ao conservadorismo, 62% acham que a maior causa da criminalidade é a maldade - 34% a atribuem à falta de oportunidades iguais para todos. Para 71%, adolescentes infratores devem ser punidos como adultos. Entre os mais conservadores, a opinião é compartilhada por 95%.
 
A maioria também é conservadora em questões sobre drogas e religião. Para 79%, acreditar em Deus torna as pessoas melhores. Para 81%, o uso de drogas deve permanecer proibido.
 
Pendendo ao lado liberal, 68% associam a pobreza mais à falta de oportunidades do que à preguiça, e 69% dizem que o homossexualismo deve ser aceito pela sociedade.
 
(Folha de São Paulo)
21 de outubro de 2012
in coroneLeaks

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Por mais que analistas políticos expliquem o fracasso SERRA, um candidato apontado como tíbio, excessivamente controlado em suas críticas aos adversários, até mesmo apontado como 'covarde' - a medida em que não confronta com virulência seus opositores - fica alguma coisa de inexplicável.
As pesquisas que aí estão - embora não se possa dar credibilidade total a esse instrumento demasiadamente manipulado por facções políticas - elas apontam diferenças expressivas nos números.
Bem, o que fica 'inexplicável' para um modesto ledor de notícias e comentários como eu, é que tais análises, todas resultantes de aplicações de modelos teóricos, ou de experiências políticas baseadas em passado recente, considera o eleitor como um participante ativo da vida política, informado do que ocorre a sua volta, um cidadão atento aos personagens que se movem no palco da vida pública.
Mas isso não é verdade. Aqueles que se derem ao trabalho, como um novo Diógenes, e saia a procura desse 'cidadão consciente', ficará como Diógenes, resmungando e praguejando contra o deserto de consciências. Não que não os haja, mas que a realidade das eleições sempre nos mostram a mais absoluta ausência de conhecimenbto e interesse nas escolhas de seus candidatos, essa é uma verdade inelutável. Expressivos segmentos sociais manipulados, votam segundo seus interesses mais próximos, como podemos exemplificar com as inúmeras bolsas e cotas, artíficios eleitoreiros que formam com ares modernos os antigos currais eleitorais do coronelismo.
Temos acima uma pesquisa que identifica em núcleos ideológicos, alguns setores que supostamente estruturariam as classes sociais. Lendo atentamente o que números percentuais apontam, resulta em certa contradição, quando verificamos que as pesquisas apontam o candidato Haddad - lídimo representante do lulopetismo - em posição bem a frente de seu opositor tucano. E o grande espanto de que apesar do monumental escândalo do Mensalão, que atinge não somente o PT , mas o próprio Lula, nada diz ao eleitor. Como também nada diz a esse eleitor, os sucessivos escândalos que defenestraram inúmeros ministros do governo petista. Tudo isso batendo na cara do eleitor, que absolutamente indiferente, continua manifestando seu apoio ao partido que desencadeou uma nova prática criminosa em matéria política.
Justificava-se, inicialmente, que os eleitores escolhessem Russomano, ao petismo ou ao tucanato. Causava a impressão de que o eleitor acordara, e consciente, negava o continuísmo e a inexpressiva oposição tucana. Mero engano. Nada disso. Estamos aí, com o petismo distribuindo pancada na oposição, liderando pesquisas, e mais uma vez demonstrando que Lula tinha razão, quando enunciou que "o povo não estava nem aí para o mensalão, muito mais preocupado com o rebaixamento do Palmeiras".
Volto então ao 'inexplicável eleitor consciente' capaz de distinguir o mal e as grandes transformações planejadas pelo PT, na sua hegemonia de poder.
Talvez eu seja apenas mais um cético, que como Diógenes, não consigo acreditar num eleitor que 'inexplicavelmente' elege, com fartança de votos o palhaço Tiririca - nada contra o homem - mas tudo contra o eleitor que transforma o seu voto num ato de insanidade, ou diversão...
m.americo

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