"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 2 de novembro de 2012

OBRA DE ARTE DA SEMANA

Coluna de Nelson (184/43): Semana dos Monumentos

(Dedico este post à Mariana Caminha, mãe de um inglesinho, e ao Sarca, filho de um inglês)

Houve um tempo em que o mapa-múndi era quase todo da mesma cor. Era grande o orgulho da rainha Vitória ao olhar o Atlas e ver a cor rosa indicando as terras que pertenciam ao Império Britânico.

E Londres, capital desse império, era seu centro político e econômico.

Praça Trafalgar, foto tirada na metade da década de 1890

Se hoje o poder da Grã-Bretanha já não é o mesmo, Londres continua a ser uma das molas mestras da vida financeira, política e cultural do mundo.

E a Praça Trafalgar é onde bate o coração da cidade apaixonante sobre a qual disse Samuel Johnson: When you grow tired of London, you’ve grown tired of life.

No centro da praça está a Coluna de Nelson, rodeada por duas fontes e por quatro enormes leões feitos com o bronze dos canhões utilizados pela frota francesa e capturados pela Marinha Britânica durante as Guerras Napoleônicas. (Foram colocados na praça 25 anos após a inauguração da coluna).

Londres como ela é: com chuva...

Erguida entre 1840 e 1843 para honrar a memória de Nelson, a coluna, em granito, tem 46m de altura, sem contar com a estátua de Nelson, que mede 5m5.

O Almirante Horácio Nelson, comandante vitorioso na Batalha de Trafalgar, a que derrotou a Marinha Francesa e ajudou a enfraquecer o poder militar de Napoleão, faleceu na batalha na qual foi o vencedor.

Sua estátua foi colocada voltada para o Palácio de Westminster, nome oficial das Casas do Parlamento.


O topo da coluna, em estilo coríntio, é decorado com folhas de acanto feitas com o bronze dos vitoriosos canhões britânicos. A base, quadrada, apresenta quatro painéis em bronze moldados com o metal dos canhões franceses e representam as quatro grandes vitórias de Nelson: a batalha de Santa Cruz do Tenerife, onde perdeu um braço; a Batalha do Nilo; a Batalha de Copenhagen; e na face voltada para o norte, a morte de Nelson a bordo do HMS Victory, quando da Batalha de Trafalgar.

 
É tão grande a força simbólica da praça e de Nelson, que um dos planos de Hitler era transferir a Coluna de Nelson para Berlim, se a Inglaterra tivesse caído em suas mãos. Nelson é o maior herói militar inglês; foi um extraordinário estrategista e um comandante muito amado pelos seus comandados. Orgulho da Inglaterra, os nazistas sabiam bem o que queriam levar para Berlim. Mas ficaram na vontade...


Quando os londrinos querem comemorar ou reclamar, é lá que se reúnem. Uma curiosidade bem inglesa: a praça pertence à rainha, por Direito da Coroa; é administrada pelo Departamento Administrativo da Grande Londres; as ruas que a circundam pertencem ao Conselho da Cidade de Westminster, uma das duas cidades que compõe Londres. A outra é a Cidade de Londres... Parece confuso, não é? Mas funciona!

Praça Trafalgar, Londres

02 de novembro de 2012
in ricardo noblat

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