"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

CHAMADO URGENTE A TODOS OS ESCRITORES E ARTISTAS DEMOCRATAS DA AMÉRICA CENTRAL, AMÉRICA DO SUL E ESPANHA

       
          Internacional - América Latina 
Não podemos tolerar de maneira nenhuma que um assassino, que os assassinos Castro, e agora de maneira mais pontual e direta Raúl Castro, se erijam em exemplos para as crianças e jovens centro-americanas, sul-americanas e hispânicas.

Estimados amigos e colegas da América Central, América do Sul e Espanha:
Como puderam observar nos últimos dias no Encontro de mandatários da América Latina e do mundo ocorrido no Chile, convocado pela CELAC, recebeu-se em seu seio um dos tiranos mais longevos e cruéis do mundo: Raúl Castro, ou o que é o mesmo - ao ser investido por seu irmão Castro I, o que podemos considerar uma nomeação dinástica anti-democrática: Castro II.
 
Depois de mais de meio século no poder, cinqüenta e quatro anos, o ditador Castro II foi convidado para uma reunião na CELAC, junto a outros presidentes eleitos democraticamente e, além disso, para cúmulo, foi nomeado presidente de tal instituição, o qual não nos enganemos, ao ser proposta e criada por Hugo Chávez, não duvidem nem por um instante que também é uma criação dos irmãos Castro.
 
É uma vergonha, estimados amigos e colegas, que um personagem tão obscuro, que um criminoso, cujos crimes se podem demonstrar, como foram os crimes do Rebocador Treze de Março onde morreram mais de setenta pessoas, entre elas doze crianças, a derrubada dos aviões dos “Hermanos al Rescate”, assim como os inumeráveis encarceramentos, fuzilamentos e desaparecimentos cometidos sob suas ordens, seja nomeado representante de todos os cidadão centro-americanos, sul-americanos e hispânicos do mundo livre.
 
Não devemos aceitar calados. O futuro da América Central, América do Sul e Espanha depende de nós, é para nossos filhos. Eles herdarão o resultado de nossas demandas e de nossa luta. Não podemos tolerar de maneira nenhuma que um assassino, que os assassinos Castro, e agora de maneira mais pontual e direta Raúl Castro, se erijam em exemplos para as crianças e jovens centro-americanas, sul-americanas e hispânicas.
Não é justo que uns usurpadores, que uns ladrões, que usurparam a liberdade e a democracia, que roubaram um país inteiro do povo cubano, fazendo de suas terras sua fazenda pessoal, que têm sido ingerencistas brutais em vossos países, sejam os que hoje nos representem e sejam erigidos como modelos a seguir.
 
Faço um chamado a todos os escritores e artistas da América Central, América do Sul e Espanha para que protestem, por qualquer meio que seja possível, ou assinando embaixo desta carta, com o objetivo de se opor firmemente contra esta decisão e exigir a retirada desta onerosa nomeação, ou do contrário a CELAC perderia toda a credibilidade (se é que teve alguma vez) e deveria desaparecer como instituição por não ser tampouco considerada por nós representativa da justiça, da liberdade e da democracia.
 
A história de nossos povos, de nosso continente, é tão real como imaginária, graças em boa parte à obra de todos nós, poetas, escritores, pintores, cineastas, músicos, arquitetos, cientistas, pensadores, mas também essa história padeceu desditosamente de maneira mais real capítulos nefastos, embora esteja cheia de belos momentos e de exemplares epopéias que não deveríamos manchar somando-lhe outro capítulo nefasto que só nos envergonharia mais de nossa própria história. Uma história na qual participaram nossos avós, nossos pais, nossos ancestrais, deixando a vida nisso.
 
Basta já de suportar mudos a vagabundagem política, basta de permitir que os ditadores, tiranos e caudilhos se apoderem de nossos destinos e brinquem a seu bel prazer com o destino de nossos filhos, basta já de entregar-lhes nossas existências para que façam delas seus macabros jardins infernais! Há demasiada fome no mundo para agüentar suas veleidades (e, não, obrigada) e seus funestos experimentos exterminadores contra os que merecem a verdade: os autênticos “pobres da terra”. Liberdade e Vida!
Recebam um forte abraço.
Zoé Valdés
Nota da tradutora:
Zoé Valdés é ex-presa política cubana, exilada hoje na França, escritora e proprietária do excelente Blog da Zoé Valdés.
Tradução: Graça Salgueiro

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