"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 2 de março de 2013

AÉCIO USARÁ PETROBRAS PARA ATACAR DILMA

 
Em campanha 'temática' para apontar falhas do governo, senador divulgará dados negativos da empresa e alta da gasolina.Provável candidato do PSDB à Presidência em 2014 marca evento com economistas para desgastar petista
 

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) estreará uma campanha "temática" para apontar o que considera falhas do governo Dilma Rousseff. O primeiro "round" será a Petrobras -a gestão da companhia de petróleo é chamada de "temerária" pelos tucanos.

Em evento no dia 12 de março, o PSDB lançará um "livro-dossiê" com dados negativos da empresa e ataques à recente alta da gasolina.

O ato contará com a presença de economistas e servirá de trampolim para ações pontuais na tentativa de desgastar o governo e apresentar projetos alternativos. São planejadas articulações semelhantes em relação ao BNDES, energia e outras áreas.

A decisão de "dissecar" eventuais fragilidades do governo federal veio após o anúncio da candidatura de Dilma à reeleição -feito pelo ex-presidente Lula em festa do PT na semana passada.

O PSDB quer bater na tecla de que o povo perdeu dinheiro nos últimos dez anos, seja porque investiu em ações da Petrobras, hoje em dificuldade, seja por pagar mais pelo combustível neste ano.

Por trás do debate eleitoral, o PSDB discutirá o modelo de exploração de petróleo.

De um lado, o tradicional regime de concessão que vigorou nos tempos de Fernando Henrique Cardoso; do outro, a partilha, fórmula inaugurada após a descoberta do pré-sal. À época, Dilma era presidente do conselho de administração da petrolífera e tocou as mudanças -hoje reprovadas pelo tucanato.

Em conversas reservadas, Aécio tem dito que o modelo atual inibe demais a participação privada em projetos de exploração e obriga a Petrobras a entrar em negócios quando está descapitalizada, vendendo ativos e rebaixando suas exigências de uso de equipamentos brasileiros (no lugar de importados) para dar conta dos investimentos
.
Segundo a consultoria Economatica, a Petrobras fechou fevereiro com valor de mercado R$ 54 bilhões menor em relação ao mesmo período de 2012. Apesar disso, o valor é 251 vezes maior que em 1993.

Outro objetivo do ato de março será ensaiar uma vacina à acusação petista de que o desejo do PSDB é privatizar a empresa. Os ataques estiveram presentes em todas as últimas eleições presidenciais, sem que o PSDB conseguisse desmontá-los com sucesso.

02 de março de 2013
NATUZA NERY - Folha de São Paulo

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