"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 15 de março de 2013

IRRITADO COM A POSIÇÃO DO BRASIL NO IDH, MERCADANTE DEVERIA LER O LIVRO DO PAI E BUSCAR EXPLICAÇÃO NO RS

 


Fora de órbita – Quando algum brasileiro, político ou não, ousa discordar do PT, não demora muito para alguém do partido surgir em cena e afirmar que é golpe das elites, do Judiciário e de parte da imprensa.

Quando a discordância parte de um órgão como a Organização das Nações Unidas (ONU), que comprova numericamente a incompetência do partido, essa ousadia é chamada de injustiça.

Na quinta-feira (14), a ONU divulgou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), em cujo ranking o Brasil permaneceu em 85º lugar. Foi o bastante para o governo acionar dois ministros, que foram incumbidos de justificar o injustificável. Algo como aplicar mais um drible na parcela incauta da opinião pública.

Ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello disse que “os dados brasileiros estão incorretos” e que “a avaliação é injusta com o Brasil”. A ministra não compreendeu que na ONU as pesquisas não são manipuladas, mas apenas constatam a realidade, sendo essa dura ou não.

A gritaria palaciana ganhou força com o fato de o Pnud ter desconsiderado em sua pesquisa 4,8 milhões de crianças, entre 5 e 6 anos, que já iniciaram sua atividade escolar, mas que ficaram de fora do relatório.
Como a ONU não leva em conta a ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos, o tempo de permanência de uma pessoa na escola estagnou em 14,2 anos, índice idêntico ao período entre 2000 e 2010.

Ministro da Educação apenas por arranjo partidário, o irrevogável Aloizio Mercadante tentou justificar, sem sucesso, o fracasso da pasta, que anteriormente foi comandada pelo maior especialista no assunto em toda a história brasileira, Fernando Haddad, de acordo com declaração de Lula.

“Se estamos tão bem no emprego, se distribuímos renda, se reduzimos de forma destacada internacionalmente a população de extrema pobreza, por que o indicador de IDH não reflete tudo isso que fizemos? Isso dá uma distorção brutal. A situação do Brasil é de estagnação quando houve uma inquestionável evolução”, disse Mercadante.
Quem frauda a si mesmo, é o caso de Mercadante (clique e confira), não merece ser levado a sério quando tenta defender um governo indefensável.

Para provar que a ONU não se equivocou ao deixar o Brasil na mesma posição do ranking anterior, tomamos como base os dados de recente matéria publicada pelo jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, estado que é governado pelo peremptório “companheiro” Tarso Genro.

No território gaúcho, que sempre teve motivo para se orgulhar do baixo índice de analfabetismo, existem, segundo o ZH, 226 mil crianças fora da escola. Esse contingente é maior do que a população da quase maioria dos municípios sul-rio-grandenses. A situação é ainda pior porque 20% dos adolescentes gaúchos, entre 15 e 17 anos, não estudam, sendo que apenas 14% aprenderam o que deveriam na escola.

Que Aloizio Mercadante é soberbo e que no PT só há magnânimos todos sabem, mas é preciso que alguém com doses mínimas de bom senso explique ao ministro da Educação que miséria – material, intelectual ou social – não se extingue com decretos, anúncios pirotécnicos ou campanhas publicitárias milionárias. Se o ministro tem dificuldade para compreender tal situação, que leia o livro “O Amanhã Começa Hoje”, de autoria do general Oswaldo Muniz Oliva, um militar extremamente inteligente que se especializou em planejamento estratégico ainda no tempo em que frequentava a caserna.

No citado livro, o general Oliva, que é pai de Mercadante, aborda o desenvolvimento a partir do planejamento estratégico.
É possível que Mercadante desconheça esse fato e não tenha conseguido um exemplar do livro, que esgotou em seis meses, mas se for necessário o editor do ucho.info tem um na estante, presenteado pelo próprio general e com direito a dedicatória carinhosa.

15 de março de 2013
ucho.info

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