"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 12 de março de 2013

MADURO QUER INVESTIGAR DENÚNCIA DE ENVENENAMENTO DE CHÁVEZ POR INIMIGOS

 

 
Camisa de força – Anunciado como herdeiro político de Hugo Chávez, o presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, é tão inconsistente como candidato que será preciso usar um defunto para sustentar sua campanha rumo ao Palácio de Miraflores.

Depois de anunciar que Chávez seria embalsamado e que o velório se estenderia por mais sete dias, a conta da última sexta-feira (8), Maduro agora ingressa nas raias do absurdo e informa que o governo venezuelano investigará a hipótese de que o câncer que tirou a vida do caudilho bolivariano resultou de envenenamento por parte de inimigos no exterior.

Nicolás Maduro, que está presidente interino porque a Constituição do país foi vergonhosamente atropelada, fez essa declaração durante entrevista. “Vamos buscar a verdade. Temos a intuição de que o nosso comandante Chávez foi envenenado por forças obscuras que o queriam fora do caminho”, disse Maduro à rede de televisão regional Telesur, na noite de segunda-feira (11).

Se de fato os chavistas querem a verdade, que a revelem de imediato, contando a realidade dos fatos acerca da morte de Hugo Chávez, que despediu-se da vida ainda em Havana, no primeiro dia do ano, e retornou à Venezuela já embalsamado e horas antes do início de um cortejo fúnebre que contrariou qualquer teoria científica sobre embalsamamento.

A decisão tomada pela cúpula do chavismo de empurrar a população a um período de adoração a Chávez faz parte da estratégia de perpetuação do grupo no poder, como se a Venezuela fosse o quintal de um grupo de obtusos que acreditam que a solução do universo está na socialização da miséria.

Somente um ignorante é capaz de acreditar que alguém que há anos lutava contra um sarcoma que evoluiu para metástase, cuja arriscada cirurgia para contenção do tumor provocou paralisia dos nervos e septicemia, conseguiria sobreviver durante tanto tempo e exibir um semblante sereno dentro do caixão. A mentira pasteurizada é a grande e única ferramenta do socialismo chicaneiro que reina na América Latina.

Nessa epopeia que tem Hugo Chávez como protagonista, não há inocentes e muito menos querubins. Todos, de comum acordo, adiaram o anúncio da morte do tiranete para garantir as negociações sórdidas que ocorreram nos subterrâneos do poder, em Caracas e Havana. Há muito dinheiro envolvido nessa história macabra e quem está no jogo não quer sair, ao passo que aquele que está fora deseja entrar.

A notícia sobre a morte de Chávez aconteceu antes do previsto porque vazaram informações de que o líder bolivariano não estava no hospital militar da capital venezuelana.

12 de março de 2013
ucho.info

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