"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 12 de maio de 2013

TENSÃO PERMANENTE ESQUENTA A SUCESSÃO EM MINAS GERAIS

Márcio Lacerda está na dúvida
 
O prefeito Marcio Lacerda (PSB) está novamente diante de um dilema bastante incômodo, principalmente, para quem tem dificuldade e pouca maleabilidade no jogo político.
Livre do PT, Lacerda acreditou estar, enfim, longe de viver se equilibrando numa corda bamba, pressionado por legendas diferentes. Sua meta era cumprir seu mandato de prefeito e esperar os passos do senador Aécio Neves (PSDB), pré-candidato à Presidência da República.
 
O prefeito negava, mas, caso fosse convocado por Aécio, seria candidato ao governo do Estado representando a base do atual governador Antonio Anastasia. No melhor dos cenários imaginados até o início deste ano, ele, na condição de prefeito da capital, seria um cabo eleitoral de peso para a candidatura do tucano ao Palácio do Planalto.Mas a imprevisibilidade, característica da nada ideológica política brasileira, bateu novamente à porta do prefeito.
 
O seu próprio partido, o PSB, ou melhor, o “dono” da legenda, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, resolveu entrar na briga presidencial. Campos, atento ao quadro nacional, viu um vácuo no discurso de oposição feito por PSDB, DEM e PPS – e também pela ainda inexplicável Rede, de Marina Silva – ao governo da presidente Dilma Rousseff e resolveu se atirar de cabeça.
 
A seu favor, o governador de Pernambuco tem o alto prestígio do seu governo em um dos Estados mais influentes do Nordeste e a possibilidade de criar palanques importantes em outros, como Minas Gerais. Para isso, precisa de um candidato forte.
E aí entra, de maneira espontânea ou não, o prefeito Marcio Lacerda. Mesmo sem concorrer como favorito em uma eventual candidatura ao governo estadual, o prefeito de Belo Horizonte teria de cumprir esse papel e uma extensa agenda interior afora para dar visibilidade ao presidenciável do PSB.
APOIO PARA 2018Há quem não acredite na candidatura de Eduardo Campos. Todo esse movimento de pré-candidato seria apenas para barganhar mais espaço no governo Dilma e conseguir apoio para ser o nome da base do PT em 2018.
 
É bem provável, mas isso só vai se tornar público em meados de 2014. Até lá, o prefeito da capital terá de viver nessa constante tensão; sem saber se abraça de forma definitiva as candidaturas dos tucanos ou se espera um “alistamento obrigatório” do seu partido.
 
Essa última opção criaria um cenário interessante na disputa estadual, com, pelo menos, três candidatos com chances de vencer o páreo: Fernando Pimentel, apoiado pelo PT e ligado à reeleição de Dilma; um nome da base de Aécio/Anastasia – hoje esse nome seria o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) – e Marcio Lacerda, como suporte da candidatura presidencial de Eduardo Campos.Em breve, as pretensões do PSB e a sua capacidade de voo solo vão vir à tona.
 
(transcrito do jornal O Tempo)


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