"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 20 de junho de 2013

GANGUE LULISTA DA CUT É ENXOTADA DE PROTESTO NO RIO DE JANEIRO

 

 
 
 
Militantes da CUT são agredidos e expulsos de protesto no Rio de Janeiro
 
Hanrrikson de Andrade
Do UOL, no Rio
 
  • Ale Silva/Futura Press
    Estabelecimentos comerciais protegem suas fachadas com tapumes nas avenidas Presidente Vargas e Rio Branco Estabelecimentos comerciais protegem suas fachadas com tapumes nas avenidas Presidente Vargas e Rio Branco
Cerca de 20 militantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) foram expulsos da concentração para o protesto contra o preço e a qualidade do transporte público marcado para a noite desta quinta-feira (20) no centro do Rio de Janeiro. Os militantes foram encurralados na esquina da avenida Presidente Vargas com a praça Pio 10, onde levaram socos e empurrões.
 
Os manifestantes destruíram as bandeiras e todo o material do grupo vinculado à CUT e levaram os mastros como prêmio. Pressionados pela multidão que gritava "Sem partido", os militantes deixaram o local pela rua da Quitanda. Por volta das 17h, um carro de som puxava o coro dos manifestantes.
 
Segundo o universitário Kenzo Soares, aluno da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e um dos membros do Fórum de Luta contra o Aumento das Passagens, a passeata terá o mesmo trajeto em relação aos atos anteriores: da Candelária à Cinelândia.

Revogação do aumento no Rio e SP

Os anúncios de revogação do aumento nas duas capitais foi feito no início da noite de quarta-feira (19), a menos de 24h das manifestações marcadas para hoje. No Rio, a medida foi apresentada pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), segundo o qual o preço das passagens de ônibus na cidade será revogado. Desde o dia 1º de junho, a passagem de ônibus no Rio havia aumentado de R$ 2,75 para R$ 2,95, causando uma série de protestos pela cidade.
 
O prefeito anunciou ainda que os aumentos no metrô (de R$ 3,20 para R$ 3,50), trens (de R$ 2,90 para R$ 3,10) e barcas (R$ 4,50 para R$ 4,80) também serão revogados. Segundo Paes, o impacto no orçamento será de R$ 200 milhões ao ano.
 
Em São Paulo, o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad (PT), anunciaram que o valor dos ônibus, metrô e trem voltará a R$ 3 a partir da próxima segunda-feira (24), ante os R$ 3,20 que atualmente são cobrados. Já a integração dos ônibus com o metrô e os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) voltará a custar R$ 4,65 --hoje o valor é R$ 5.

Niterói


A Prefeitura de Niterói, na região metropolitana do Rio, anunciou na noite de quarta-feira que a tarifa dos ônibus municipais será reduzida de R$ 2,95 para R$ 2,75.
 
Durante protesto na cidade, manifestantes paralisaram a ponte Rio-Niterói, e centenas de passageiros que seguiam de ônibus para a cidade e já estavam na ponte desceram dos veículos e seguiram a pé para casa. O mesmo aconteceu para quem ia para o Rio de Janeiro. A Tropa de Choque utilizou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo e alguns policiais chegaram a sacar armas durante a confusão para retirar os manifestantes. Os confrontos continuaram pelo centro de Niterói.
 
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No Facebook, manifestantes que confirmaram presença no sétimo ato promovido pelo Movimento Passe Livre (MPL), marcado esta quinta-feira, 20, em São Paulo, criticam uma passeata organizada por militantes do PT pelas redes sociais, também marcada para esta tarde. O ato, que os ativistas que são contra consideram de apoio à presidente Dilma Rousseff, não é reconhecido pela direção nacional do PT.
 
De acordo com a assessoria do presidente nacional do PT, Rui Falcão, o partido quer apoiar o movimento contra o aumento das passagens, e não confrontar. Por isso, Falcão escreveu nas redes sociais: "O PT vai pra rua junto com os jovens! A luta do povo é a luta do PT!", chamando a todos para participar do ato do MPL. "Esse movimento pode até estar sendo organizado por militantes do partido, mas não pela direção nacional", afirma a assessoria do PT.
 
Em nota, Falcão declarou apoio do diretório nacional petista aos protestos: "As manifestações realizadas em todo o País comprovam os avanços democráticos conquistados pela população. São manifestações legítimas e as reivindicações e os métodos para expressá-las integram o sistema democrático."
 
Segundo os ativistas que apoiam o Passe Livre na internet, o ato de militantes petistas seria uma provocação à manifestação do grupo. A passeata dos petistas está marcada para as 16h na Avenida Angélica, a poucos metros de onde será a concentração do protesto do MPL, marcado para as 17h na Praça do Ciclista.
 
Militantes do PT estão convocando todos nas redes sociais a irem para as ruas vestindo vermelho. Alguns manifestantes afirmam que o PT quer aproveitar a onda de protestos como se estes fossem a favor do partido. No página do sétimo ato do MPL criada no Facebook, eles pedem que as pessoas não vão de vermelho e levem cartazes contra a presidente.
 
Questionada durante entrevista coletiva, Mayara Vivian, do MPL, disse que a passeata organizada por militantes do PT é "no mínimo um equívoco". "Mas todos são bem-vindos", completou a ativista. Pelas redes sociais, militantes também divulgam atos do PT na Candelária, no Rio de Janeiro, e na Praça Sete, em Belo Horizonte, para as 17h.
 
O MPL manteve o ato mesmo após a revogação do aumento das passagens, anunciada nessa quarta-feira, 19, pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pelo prefeito Fernando Haddad (PT). De acordo com o movimento, o objetivo é comemorar a vitória popular e sair em solidariedade a outras cidades que ainda não conseguiram a redução das tarifas, além de apoiar pessoas que foram detidas durante as manifestações.
 
Para o ato desta quinta, mais de 180 mil pessoas confirmaram presença pelo Facebook até esta manhã.
 
Twitter. Pelo Twitter, leitores comemoraram a redução da tarifa, mas avisaram que os protestos continuam. "Eu vejo essa revogação do aumento da tarifa como incentivo pra continuar indo às ruas. É a confirmação que a voz do povo é ouvida", disse o usuário Lucas Thomé (@oversodoinverso). "O governo vai abaixar a tarifa de ônibus e os protestos continuam. Que orgulho de ver o meu Brasil lutando!", festejou Suellen Almeida (@tthelittles).

20 de junho de 2013
Clarice Cudischevitch - Estadão

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