"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 12 de julho de 2013

MALALA: "O TALIBÃ FRACASSOU EM TENTAR NOS CALAR".

Discurso na sede da ONU é a primeira aparição pública da paquistanesa após se recuperar do ataque do Talibã. Nações Unidas declaram 12 de julho Dia de Malala

Malala Yousafzai defende a educação de meninas na ONU: batalha contra o radicalismo e o Talibã
Foto: Andrew Burton / AFP
Malala Yousafzai defende a educação de meninas na ONU: batalha contra o radicalismo e o Talibã Andrew Burton / AFP


NOVA YORK - Em um discurso na sede da ONU em Nova York, a paquistanesa Malala Yousufzai, baleada na cabeça pelos talibãs há nove meses, agradeceu a todos os que rezaram pela sua recuperação e disse que o Talibã fracassou em tentar impedir sua luta por direitos humanos. O evento - no dia em que ela completa 16 anos - faz parte de uma campanha para garantir a educação gratuita e obrigatória para todas as crianças. As Nações Unidas declararam 12 de julho como o “Malala Day” (Dia de Malala).
 
 
 
É a primeira aparição pública da paquistanesa após se recuperar do ataque. A estudante voltou para a escola em março, depois de receber tratamento no Reino Unido. Ela agradeceu às mensagens que recebeu de todo o mundo e estimulou os jovens a não desistirem de estudar. Mesmo após a repercussão do ataque a Malala, várias estudantes paquistanesas foram alvo de ataques de radicais no Paquistão e no Afeganistão.
 
- Vamos pegar nossos livros e canetas. Eles são as nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor e um livro podem mudar o mundo. Educação é a única solução - disse a adolescente.
 
Ela discursou para mais de 500 jovens líderes de todo o mundo em uma Assembleia de Jovens organizada pelo Presidente da Assembleia Geral, Vuk Jeremic, e o enviado especial da ONU para a educação global, Gordon Brown, ex-primeiro-ministro britânico.
 
Relatório da Unesco
 
Para marcar o aniversário, a Unesco lançou um novo relatório chamado “Luta das crianças para ir à escola”. Segundo o documento, 57 milhões de crianças no mundo não vão à escola e metade vive em países afetados por conflitos, como a Síria.
 
De acordo com o estudo, o número de crianças em idade escolar que não estão recebendo educação caiu de 60 milhões em 2008 para 57 milhões em 2011. Durante esse período, no entanto, a porcentagem de jovens em países afetados por conflitos que não estão em escola primária aumentou de 42% para 50%.
 
O relatório constatou ainda que 95% das 28,5 milhões de crianças que não estão recebendo educação primária vivem em países de baixa e baixa-média renda - 44% na África Subsaariana, 19% no sul e oeste da Ásia e 14% nos Estados árabes.
 
Malala deixou o hospital britânico Queen Elizabeth em fevereiro, onde passou por uma cirurgia de cinco horas para reconstruir o crânio e restaurar a audição perdida.
 
Após sobreviver ao ataque, ela chegou a ser cogitada para o Prêmio Nobel da Paz de 2012, e seu pai ganhou um cargo diplomático na Inglaterra, o que dá garantias de que Malala permanecerá no Reino Unido enquanto necessitar de tratamento.

12 de julho de 2013
O Globo com agências internacionais

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