"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 20 de novembro de 2011

O NEM DO PT E O ZÉ DIRCEU DA ROCINHA



Pena que os dois tenham nascido em épocas diferentes. Pena que um tenha crescido no morro e outro no PT. Se o destino tivesse sido mais generoso, Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, e José Dirceu de Oliveira e Silva, o Comandante Zé, estariam há muito tempo celebrando entre tragos e tragadas, no quarto de hotel de luxo ou no botequim da viela, as semelhanças e afinidades que eternizam a amizade. Ambos ficaram famosos como chefes de quadrilha. Enriqueceram com atividades criminosas. Gostariam de ser Lula. E também acham, como o ídolo comum, que o Brasil precisa acabar essa mania de tratar coisas iguais de forma distinta.

Precisa mesmo, comprovou o tratamento dispensado aos colegas de ofício no feriadão do 15 de Novembro. Enquanto o chefe do tráfico tentava escapar da Rocinha cercada por mais de mil soldados, o chefe do mensalão estrelava numa Brasília sem polícia o II Congresso Nacional da Juventude do PT. Enquanto Nem era fotografado em posição fetal no porta-malas de um carro, Zé Dirceu posava para a posteridade exibindo uma camiseta, encomendada por jovens milicianos, que transforma culpado em inocente.

As imagens berram que a capital da corrupção anda implorando por uma ocupação policial de dimensões superlativas. Mas não custa lembrar que Brasília é mais traiçoeira que qualquer morro sem lei. Convém escalar para a captura do Nem do PT os dois tenentes da PM que recusaram o suborno milionário oferecido pelo Zé Dirceu da Rocinha.

Por Augusto Nunes - Veja Online

Comentário: Essa comparação feita pelo jornalista Augusto Nunes não poderia ser melhor. Até parece que o pensamento de milhares de brasileiros se materializou nessa nota. Pensei a mesma coisa quando assisti a prisão dos bandidos do narcotráfico da Rocinha. No que diferencia os ladrões 5 estrelas que pertencem ao maior bando de ladrões do dinheiro público, pensei: Por quê será que, a justiça faz essa diferença? Os bandidaços estão sob o manto protetor dos ternos de griffe que usam? Ou: aquela pose nojenta de autoridade fedendo corrupção? A minha, a sua lista de comparação com o bandido Nem, é imensa. Sabemos que no topo dessa organização criminosa, está o maior cancro de todos os tempos, o agente da destruição lenta e silenciosa.

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