"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

EQUIPE ECONÔMICA É EXCELENTE EM AUMENTAR SALÁRIOS, QUER DIZER, EM AUMENTAR OS PRÓPRIOS SALÁRIOS...

16 de janeiro de 2012

Por sugestão do comentarista Christian Cardoso, estamos divulgando informações das repórteres Ana D’Angelo e Cristiane Bonfanti, do Correio Braziliense, dando conta das remunerações e benesses recebidas pelas cabeças coroadas da equipe econômica, que viraram o ano liderando o bloco de uma turma seleta do funcionalismo que embolsa supersalários acima do limite constitucional de R$ 26,7 mil pagos a ministros do Supremo Tribunal Federal.

Donas das chaves dos cofres públicos, essas autoridades da equipe econômica estão recebendo entre R$ 32 mil e R$ 41,1 mil por mês, estão engordando os altos salários com participações em conselhos administrativos e fiscais de empresas estatais e até privadas.

Os extras para comparecer, em geral, a cada dois meses às reuniões dessas companhias, vão de R$ 2,1 mil a R$ 23 mil por mês.

Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, participam dos conselhos da Petrobras e da BR Distribuidora, que rendem, cada um, R$ 7 mil mensais, em média.
Com tudo somado, o chefe da equipe econômica e sua colega vêm embolsando, atualmente, R$ 40,9 mil brutos todo mês.

O secretário executivo de Mantega, Nelson Barbosa, não tem o salário de R$ 26,7 mil pago a ministros de Estado. Ele recebe em torno de R$ 14 mil, correspondentes ao vencimento de professor cedido da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mais a gratificação pelo cargo, de R$ 6,8 mil. Mas Barbosa também abocanhou um assento nos dois dos melhores conselhos existentes: o da mineradora privada Vale e o do Banco do Brasil, que lhe pagam mais R$ 27,1 mil mensais, elevando seus ganhos para R$ 41,1 mil.

Na mineradora, o número dois do Ministério da Fazenda entrou em nome do governo de uma forma enviesada, como representante dos fundos de pensão de estatais — sócios de fato da companhia. Mas é o conselho que melhor remunera. Barbosa recebe R$ 23 mil por mês da empresa. Depois do cargo da Vale, o destaque é para o da Hidrelétrica Itaipu, que paga, em média, R$ 19 mil mensais. O ministro felizardo é o da Defesa, Celso Amorim, com renda total de R$ 45,7 mil.

Nem a Fazenda nem o Planejamento comentaram o fato de os jetons não integrarem as remunerações sujeitas ao limite constitucional e não sofrerem o chamado abate-teto, como ocorre com os rendimentos de diversos outros servidores do Executivo e de parte do Judiciário. Já o Planejamento informou apenas que o recebimento de verbas por participação nesses conselhos está previsto na Lei nº 8.112, de 1990, e que foi considerado constitucional pelo STF.

O ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, foi agraciado com dois jetons de empresas privadas para engordar ainda mais seus rendimentos. Ele integra o conselho administrativo da Brasilprev Seguros e Previdência e o da Brasilcap. A primeira é controlada pelo grupo norte-americano Principal Financial Group, com 50,1% do capital. A segunda tem como sócias majoritárias as companhias Icatu Hartford, Sul América e Aliança do Brasil. O Banco do Brasil detém 49,9% do capital das duas, por isso, tem direito a indicar metade dos membros dos respectivos conselhos.

Com os dois extras, os rendimentos de Adams estão na casa dos R$ 38,7 mil brutos. Na AGU, ele, que é procurador da Fazenda Nacional de carreira, é responsável por todas as ações judiciais da União contra empresas privadas, principalmente aquelas que cobram impostos de devedores. Ao contrário das estatais e das demais autoridades, o advogado-geral da União e as duas companhias se recusaram a informar o valor mensal pago para que o titular da AGU dê palpites na administração dos dois grupos privados. Pelas informações obtidas pelo Correio, porém, essa quantia é de pelo menos R$ 6 mil, em média, por conselho.

As repórteres do Correio só esqueceram um detalhe, muito importante. Esses obesos salários são engordados ainda mais pelos cartões corporativos, que não tenham a menor transparência e embutem todo tipo de gastos secretos. Como diz o Helio Fernandes, que maravilha viver!
16 de janeiro de 2012

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Como diria o Boris Casoy: "ISSO É UM ABSURDO!"
Quando o poder é exercido em benefício próprio, em detrimento da sociedade que arca com o pagamento de impostos absurdos, para benefício de uma elite governante que age com descaso ante as necessidades de uma sociedade escandalosamente desigual, uma nação inteira se cobre de vergonha - haja vista o caso dos aposentados, por exemplo, permanentemente penalizados com invencionices de uma economia perversa, o tal "fator previdenciário" - onde a educação, a saúde, a segurança e de tantas outras políticas públicas, são verdadeiros 'artigos' de luxo...
Pagamos um dos mais altos impostos do mundo, e não recebemos qualquer retorno. Sustentamos trinta e tantos ministérios públicos (39), verdadeiros cabides de emprego para a "turminha" e os agregados do poder; uma máquina judiciária, que as denúncias do CNJ estão a demonstrar para que serve, e a quem serve; mordomias incríveis, fantásticas, extraordinárias, de parlamentares ineptos - que apenas sonham com a permanência na "casa do povo" - com as quais sequer pode sonhar um vil mortal, ou um "brasileiro comum", que paga a conta...
Tudo o que, afinal de contas, todos sabemos e a mídia expressa em manchetes, denunciando o grande ralo por onde escorre, para o bolsão da corrupção, os altíssimos impostos que pagamos.
Assim, diante de tal notícia, o que podemos fazer é pensar como agir conscientemente nas próximas eleições, buscando, tanto quanto possível, informações sobre os políticos em quem vamos votar, prevenindo o desperdício dos recursos públicos, enxotando ineptos e corruptos, reduzindo as desigualdades através de políticas públicas justas.
Somente saneando esse congresso, poderemos obter resultados que venham a ser capazes de modificar o vergonhoso 84º lugar no IDH de 2011. Em 2010 estávamos em 73º lugar, entre 169 países.
E depois arrotam que somos a 6a. economia do mundo... Grande economia!!! Para que serve tão pomposo título, senão para gerar mais desigualdades?

***

"Vejamos que, conforme exposto por Silvio Caccia Bava no editorial da Le Monde Diplomatique número 53, apesar do Brasil ser a 6a economia do mundo, no que diz respeito à desigualdade, estamos ocupando a 84a posição, em um conjunto de 187 países. O que isso significa, numa perspectiva simplista de números, é que apesar de termos um bolo gigante, boa parcela dele tem poucos donos. Para ser mais específico, os 10% mais ricos detêm 75% da renda e da riqueza. É esse o presente que uma Presidenta advinda de um partido de esquerda histórico, como o PT, deseja para seu fim de ano?

Claramente, não há nenhum risco de nos iludirmos com o projeto político que vem sendo defendido pelo Partido dos Trabalhadores quanto à uma mudança radical e estrutural, mas é de se esperar que o contentamento não se dê por conta do crescimento que continua, ao que tudo indica, excluindo grande parcela da sociedade brasileira de seus benefícios.

Caccia Bava relata, para corroborar o acima exposto, que os dados do censo feito pelo IBGE e divulgado em Novembro mostra que “25% da população têm uma renda mensal de até R$188. 50% da população têm uma renda mensal que não ultrapassa R$375. Traduzindo numa renda diária, os primeiros têm R$6,27, e os segundos, R$ 12,50. E estamos falando de metade da população brasileira.”
m.americo

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