"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

ESPERANDO SENTADO PELAS EXPLICAÇÕES DAS MOVIMENTAÇÕES FINANCEIRAS ATÍPICAS.

Aguarda-se com ansiedade a explicação do Tribunal do Trabalho no Rio sobre as movimentações financeiras atípicas.

A Justiça está em recesso, mas a imprensa não dá folga à corrupção que assola o Poder Judiciário. No Rio de Janeiro, por exemplo, há grande expectativa nos bastidores forenses, porque o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Rio, Wadih Damous, pediu explicações formais à presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Rio, Maria de Lourdes Sallaberry, sobre as movimentações financeiras atípicas no órgão, realizadas em 2002, no valor de R$ 282,9 milhões.

A solicitação formal ocorreu no fim da tarde de sexta-feira. “Protocolei um requerimento por conta das informações publicadas nos jornais de que um servidor ou um magistrado do TRT tenha feito essa movimentação. Como isso é estapafúrdio pedi que a presidente venha a público informar a que se deve essa movimentação”, disse o presidente da OAB-RJ á repórter Luiza Souto, da Folha, acrescentando que a medida foi tomada com base no interesse público e que espera um breve retorno do órgão.

Como já informamos aqui no Blog, a informação sobre as movimentações atípicas consta de relatório encaminhado na sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal pela corregedora do Conselho Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon.

Segundo o relatório, 81,7% das comunicações consideradas atípicas estão concentradas no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (Rio de Janeiro), Tribunal de Justiça da Bahia e o Tribunal de Justiça Militar de São Paulo.

Dos R$ 856 milhões considerados “atípicos” pelo Coaf (órgão de inteligência financeira do Ministério da Fazenda), o ápice ocorreu em 2002, quando “uma pessoa relacionada ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região”, no Rio de Janeiro, movimentou R$ 282,9 milhões. Uma grana preta. Nem ganhando dez vezes seguida na MegaSena se consegue acumular semelhante fortuna. Como diz o Helio Fernandes, que maravilha viver.

A presidente do TRT, Maria de Lourdes Sallaberry, convocou uma entrevista coletiva para esta tarde. Vamos aguardar o que ele dirá.

Carlos Newton
16 de janeiro de 2012

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