"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 29 de março de 2012

OS PALADINOS DA JUSTIÇA...

Demóstenes chega ao Jornal Nacional.

Estrela mais reluzente do DEM, Demóstenes Torres está acabado, assim como José Roberto Arruda, ex-governador de Brasília, que ele condenou tão veementemente, na época em que era o paladino da ética e da honestidade, quando na verdade já estava no esquema Cachoeira.
A dúvida que fica é: arrastará o DEM junto no seu fim?


O nome do senador Demóstenes Torres (DEM) aparece em conversas, gravadas pela Polícia Federal, em que o empresário de jogos clandestinos Carlinhos Cachoeira e integrantes do seu grupo mencionam cifras milionárias ligadas ao nome do político.
A informação foi divulgada ontem pelo "Jornal Nacional". Anteontem, a Procuradoria-Geral da República abriu investigação contra Demóstenes por sua relação com Cachoeira.

De acordo com a reportagem, na conversa, gravada há um ano, o empresário discute a contabilidade da organização com seu contador e com um sócio. Não fica claro o contexto das conversas gravadas pela PF nem para quem seria destinado o dinheiro.

Em certo momento, segundo a reportagem, o empresário pergunta ao seu sócio o que ele, Cachoeira, reteve. Ouve como resposta:
"R$ 1 milhão do Demóstenes".

O diálogo está entre os cerca de 300 gravados pela PF em que aparecem nomes de parlamentares, entre eles Demóstenes. Eles constam da Operação Monte Carlo, na qual Cachoeira e integrantes de seu grupo foram presos.
O advogado do senador, Carlos de Almeida Castro, afirmou que as supostas gravações noticiadas pelo "Jornal Nacional" não têm "nenhum valor jurídico, são totalmente nulas".

Ontem, Demóstenes disse a pessoas próximas que está "morto politicamente". Apesar disso, afirmou que não vai renunciar nem se licenciar do cargo. Também ontem, o PSOL protocolou no Conselho de Ética do Senado uma representação para que Demóstenes seja investigado por quebra de decoro parlamentar, o que pode levar à cassação de seu mandato.

29 de março de 2012
(Folha de São Paulo)

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