"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 16 de maio de 2012

"PREFEITOS ENSINAM A DILMA QUE A PRIMEIRA VAIA NINGUÉM ESQUECE".

A plateia de prefeitos resolveu ensinar a Dilma que a primeira vaia ninguém esquece

Habituada aos aplausos das plateias amestradas e aos sorrisos aprovadores dos áulicos, a presidente Dilma Rousseff foi surpreendida nesta terça-feira por sons especialmente agressivos a tímpanos condicionados pelo coro dos contentes. Ao ouvir os primeiros gritos vindos do auditório lotado por participantes da XV Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, a oradora interrompeu a discurseira com expressão confusa.

Demorou cinco segundos para captar a cobrança formulada aos berros: centenas de prefeitos exigiam que revelasse, sem rodeios nem evasivas, qual é a posição do governo sobre a distribuição dos royalties do petróleo.

Até então, o inchaço das pálpebras, o olhar sonolento e a voz entediada identificavam uma presidente que não havia dormido direito. A algaravia desafiadora substituiu a mulher cansada pela chefe intolerante, autoritária desde criancinha, incapaz de ser contrariada sem retaliar com a repreensão humilhante, o pito grosseiro, o cala-boca que não admite tréplicas. O vídeo registra a reação rosnada em dilmês vulgar.

“Petróleo… petróleo… Ocês não vão gostá do que vô dizê… Tá?”, começou Dilma, contendo na garganta o som da fúria. “Petróleo… ocês não vão gostá. Então eu vô dizê uma coisa pra vocês. Num tem… não acreditem que vocês conseguirão res… resolvê a distribuição de hoje pra trás. Então, lutem pela distribuição de hoje pra frente”. O ponto final na frase sem pé nem cabeça encerrou também o discurso. Capturou a papelada que esperava por leitura, levantou-se abruptamente e saiu de cena.

Como previra, os prefeitos não gostaram mesmo do que ouviram. E revidaram com uma vaia que, além de mais algumas noites insones, garantiu uma vaga perpétua na memória na presidente. Ela logo saberá o que Lula sabe desde aquela tarde no Maracanã: a primeira vaia ninguém esquece.

Por Augusto Nunes - Veja Online

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