"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 31 de julho de 2012

BANESPA E BAMERINDUS, DUAS HISTÓRIAS AINDA A SEREM CONTADAS

Dois comentaristas – Victor M. Martins e Willian Robinson nos esclarecem determinados fatos sobre as vendas do Banespa e do Bamerindus, respectivamente, para o Santander e o HSBC. São duas histórias mal contadas, mas que um belo dia serão do conhecimento de todos, porque Ibrahim Sued já ensinava que em sociedade tudo se sabe.

COISAS ESTRANHAS
Victor M. Martins
A venda do Banespa foi feita através de leilão. Portanto, foi um processo transparente. Já a venda do Bamerindus para o HSBC foi muito estranha. A valores nominais de 1997, a parte boa (Ativos) do Bamerindus foi vendida para o HSBC por R$ 380 milhões. A parte podre (Passivos) deste Banco foi assumida pelo PROER (Tesouro Nacional).

O HSBC recebeu do PROER R$ 370 milhões para reestruturar o Bamerindus recém-vendido. Então, na prática, este Banco foi vendido por R$ 10 milhões.
O mercado na época avaliava o Bamerindus (sem os passivos) em R$ 3 bilhões (pelo lucro do HSBC no Brasil nos anos seguintes, a estimativa do mercado se mostrou correta).
Esta mesma coisa estranha voltou a acontecer na compra do Banco do Silvio Santos e no Banco do Antonio Ermírio.

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INTERVENÇÃO DE FRANCO
Willian Robinson
Gustavinho Franco, então presidente do Banco Central, fez a intervenção estatal no Banco Bamerindus, e o vendeu para o HSBC (livre de todo o seu passivo, que ficou com o Governo Federal) por R$ 387 milhões, em 1997.
Vendas posteriores (como o do Banco Real para o AMRO da Holanda) e a análise dos lucros semestrais dos bancos privados no Brasil, mostraram que no caso Bamerindus, Gustavo Franco errou completamente a avaliação de venda.

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