"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 30 de agosto de 2012

DILMA COBRA EXPLICAÇÕES SOBRE ACORDO NA MP DO CÓDIGO FLORESTAL

Em nota, Ideli Salvatti diz que votação "não teve aval ou concordância" do governo.

 

Dilma Rousseff lê os bilhetes trocados com as ministras Ideli Salvatti e Izabella Teixeira sobre Cóodigo Florestal
Foto: José Pedro Monteiro / O Globo
Dilma Rousseff lê os bilhetes trocados com as ministras Ideli Salvatti e Izabella Teixeira sobre Cóodigo FlorestalJosé Pedro Monteiro / O Globo
 


BRASÍLIA - Na reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), nesta quinta-feira, a presidente Dilma Rousseff deixou claro que não gostou de ler nos jornais sobre o acordo para votação do Código Florestal, na comissão especial do Congresso.

Em um bilhete, Dilma cobrou explicações das ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente), sobre o acordo que mudou a medida provisória do governo.
Depois, ela disse que não se responsabiliza por negociações das quais não participa.



- Nós enviamos ao Congresso um Código Florestal acrescido de uma medida provisória. O governo considera importante alguns itens dessa medida provisória, entre eles, o que nós chamamos de escadinha e também não vê motivos, não há motivos econômicos para que nós não mantenhamos as áreas de proteção ambiental ao longo do leito dos rios, sejam eles perenes ou não.

O governo está aberto a negociações, mas não assume responsabilidade por negociações que não foram feitas com a presença dele. A gente, inclusive, gostaria de discutir, mas não assumimos responsabilidade por aquilo que não é discutido conosco - disse Dilma.

No bilhete, a presidente cobrou: "Por que os jornais hoje estão dizendo que houve um acordo no Congresso sobre o Código Florestal. Eu não sei de nada?". A resposta: "Não houve acordo com o governo. A posição do governo era de defesa da MP, com foco especial na escadinha. O relatório votado (do relator) manteve a escadinha. Houve votação sobre rios".

Após a reunião, a Secretaria de Relações Institucionais disse, em nota, que a votação do Código Florestal na Comissão Especial do Congresso "não teve aval ou concordância" do governo. Segundo a nota, as ministras conversaram com os parlamentares e defenderam o texto do governo. Integra da nota:

Leia a íntegra da nota de esclarecimento:

“A aprovação da MP 571 (Código Florestal), ocorrida ontem (29), na Comissão Especial Mista do Congresso Nacional, não teve aval ou concordância do Governo Federal.

Durante toda a tramitação da matéria na Comissão, o governo, por meio da SRI, MMA, MAPA e MDA, sempre deixou claro que o ideal era manter a proposta original da MP 571.

A ministra chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Ideli Salvatti, e a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, mantiveram conversas ao longo do dia de ontem com vários parlamentares da comissão, em especial o presidente e o relator da matéria, reafirmando a posição pela manutenção sem alteração do item 61 – A (escadinha).

Este item produz equilíbrio socioambiental ao determinar que todos precisam recuperar áreas de preservação, mas quem tem mais terras, deve recuperar mais.”

30 de agosto de 2012
Luiza Damé, Júnia Gama
O Globo


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário