"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 8 de setembro de 2012

O ÓDIO AOS AMERICANOS NO AFEGANISTÃO BATE UM NOVO RECORDE

 

O que mais os afegãos têm que fazer para dizer que já não aguentam mais a presença de forças americanas e aliadas em seu solo? Que qualquer coisa é melhor do que soldados ocidentais por perto?

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Soldados afegãos: Chega!!!

Nos últimos meses, têm-se repetido e multiplicado casos que acabaram sendo batizados pela mídia americana de “green on blue”, verde no azul. Basicamente, são ataques contra militares ocidentais feitos por soldados afegãos que, no papel, estão do mesmo lado de seus novos alvos.

O inimigo comum seriam os insurgentes – aqueles que pegam em armas contra os americanos e o governo local controlado por Washington. Verde sobre azul é porque o uniforme dos afegãos é verde e o das tropas ocidentais é azul.

Agora a situação se complicou extraordinariamente. Os soldados aliados estão preparados para enfrentar inimigos conhecidos no Afeganistão. Mas têm pouco a fazer, além de devolver o fogo e contar os mortos, quando subitamente são atacados por gente que estaria do seu lado.
É, acima de tudo, uma amostra do desespero cada vez mais agressivo dos afegãos diante dos americanos.

Situações extremas levam a medidas extremas, na grande frase de Guy Fawkes, um dos integrantes do grupo que tentou explodir o rei e o Parlamento britânico no começo dos anos 1600.

Na história militar americana há um precedente significativo de fogo amigo. Por volta de 1900, os Estados Unidos guerrearam com as Filipinas. Foi um senhor massacre.
Um soldado americano perguntou a um oficial certa vez qual era o critério para tratar os inimigos. A ordem que recebeu foi a de executar todos os filipinos acima de dez anos.

Os soldados americanos brancos chamavam entre si os filipinos de “negros”. Isso, somado à crueldade dos invasores, foi gerando entre os soldados negros tal revolta que muitos acabaram por mudar de lado e lutar contra os brancos americanos.

No livro História do Povo Americano, o historiador Howard Zinn relata o caso de um soldado negro americano que ouviu de uma criança filipina o seguinte argumento: “Por que vocês estão matando pessoas como nós, que nunca fizemos nada para vocês, em vez de combater quem trata vocês como animais no seu país?”

O império americano nasceu torto. Cresceu torto. E caminha torto aceleradamente para o ocaso.

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