"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 16 de outubro de 2012

"A BRAVATA E A CADEIA"

 


Graças ao silêncio dos companheiros, à tibieza da oposição e à clemência da Procuradoria Geral da República, Lula está acompanhando o julgamento do mensalão fora do banco dos réus.

Em vez de festejar discretamente essa conjunção dos astros que o livrou de pagar pelo que fez, o ex-presidente resolveu reafirmar que não vê limites para a insolência.

Inconformado com a condenação dos principais operadores do esquema criminoso, o padroeiro dos bandidos federais passou a açular quadrilheiros e comparsas contra as decisões do Supremo. É ele quem está por trás da procissão de entrevistas cafajestes, manifestos que torturam a verdade ou cartas de parentes tão consistentes quanto uma crítica literária de Dilma Rousseff.

Lula deve imaginar que bravatas anulam decisões em última instância. Vai descobrir que não quando o outono chegar e as sentenças transitarem em julgado. Depois disso, se quiser saber o que os companheiros estão pensando, o chefe terá de visitá-los na cadeia.

16 de outubro de 2012
Por Augusto Nunes - Veja Online

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