"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sábado, 10 de novembro de 2012

DEPLORÁVEL MUNDO NOVO: O NEOFASCISMO DO SÉCULO XXI


 
O tirano Hugo Chávez, fala em "socialismo do século XXI", o filósofo, escritor e jornalista Olavo de Carvalho, que vive nos Estados Unidos, identifica uma "elite globalista", grandes grupos empresariais que já atuam associados aos governos.
No "no socialismo do século XXI", apregoado por Chávez, mesclam-se dois extratos sociais: de um lado seus seguidores controlados pelo partido do governo, o PSUV, os denominados "los rojos" (os vermelhos). Essas fileiras são compostas por classes mais pobres que habitam imensas favelas e que basicamente dependem de variados programas sociais custeados pelo Estado. Numa outra ponta, estão os setores mais ricos da Venezuela, denominados boliburgueses, ou seja, burgueses bolivarianos.

No Brasil, por exemplo, em sua maioria os grandes grupos econômicos já estão também associados ao Estado brasileiro numa operação que começou a ocorrer depois que o PT chegou ao poder. Agora mesmo, o poderoso grupo empresarial brasileiro Odebrecht acaba de firmar um convênio com o governo de Cuba que viabiliza a sua entrada no negócio açucareiro. É de se notar igualmente que os financiadores das campanhas eleitorais do PT são majoritariamente os maiores grupos empresariais brasileiros. Na última década o PT e seus aliados foram beneficiários das maiores arrecadações em campanhas eleitorais suplantando de longe os oponentes que ainda restam.

Isto pode ser verificado não apenas no Brasil ou na Venezuela. Trata-se de um fenômeno que acontece praticamente em todo o planeta e isto começou a ocorrer justamente após a queda dos regimes comunistas na ex-URSS e na Alemanha Oriental quando o muro de Berlim veio abaixo.
Outro fato interessante refere-se à China, país onde o poder do partido comunista se manteve intacto e refratário à dêbaclè dos estados totalitários comunistas.

UM LABORATÓRIO DIABÓLICO

A China foi o laboratório onde uma nova fórmula de gestão do Estado foi testada e aprovada sobretudo pelos capitalistas ocidentais!, ao combinar um Estado comunista totalitário com total liberdade econômica. Essa foi a saída da China para evitar a fome que já estava dizimando a população sem que o sistema discricionário de poder sofresse um só arranhão. Os capitalistas ocidentais salvaram o governo comunista chinês.
Até então o capitalismo havia florescido nos países eminentemente democráticos. Os capitalistas, principalmente após a II Grande Guerra, alinhavam-se, grosso modo, ao lado dos partidos conservadores e eram os grande financiadores de suas campanhas eleitorais. Toleravam não mais que o modelo social-democrata europeu que deu vida ao chamado welfare state, estado de bem-estar social. Um modelo que mistura socialismo com capitalismo dentro de um ambiente de ampla liberdade política, e que existe até hoje. Todavia, tal sistema político era, como é e continua a ser, dependente do Estado. Seus críticos à época previram a bancarrota da social-democracia, o que acabou acontecendo na primeira década deste século XXI, pelo que se conhece como "crise européia".
Os Estados Unidos até mais ou menos no final do século XX mantiveram-se fiel ao modo de produção capitalista determinado por um Estado restrito e ampla liberdade econômica e política. Foi um período em que esse país tornou-se o líder absoluto em termos planetários.
O preço de sua performance foi se tornar extraordinarimente atrativo. Sua pujança econômica atraiu imigrantes de todo o resto do mundo, sobretudo dos países subdesenvolvidos. Havia grande demanda por mão-de-obra intensiva.
Desde esse tempo, os Estados Unidos continuam sendo assediados por levas diárias de imigrantes, em sua maioria mão-de-obra sem qualificação. O resultado disso se pode constarar na atualidade onde latino-americanos, asiáticos e outras nacionalidades se tornaram uma imensidão que ameaça o modelo político, social e econômico americano.

A reeleição de Hussein Obama, teve como mote de campanha mais ou menos o mesmo do lulopetismo no Brasil, do chavismo na Venezuela, do sandinismo na Nicarágua, do peronismo revivido na Argentina da viúva louca Cristinha Kirchner, sem falar na Colômbia, onde o extraordinário governo de Álvaro Uribe teve como sucessor um presidente, Juan Manuel Santos, que se sujeita a um acordo com o narco-terror das Farc com o beneplácito da Noruegea, país tido como o mais equilibrado e democrático do planeta.
 
Ou pelo menos era até ser invadido pelos novos bárbaros, como o restante da Europa cujas ações dos governo pautam-se exclusivamente pelo pensamento politicamente correto que ordena turbinar correntes migratórias em massa e acolhê-las, quando a racionalidade indica que o certo seria criar condições para fixar essas hordas de imigrantes nos seus países seus países de origem.
 
Os Estados dos países que compõem a União Européia não suportaram o tranco e as burras estatais foram exauridas em decorrência do idílico e impossível welfare state. Afinal, a frase que ficou famosa resume tudo: não existe almoço gratis. Alguém paga a conta.

O CAPITALISMO DO SÉCULO XXI

Retomo as linhas iniciais deste artigo, quando me reporto ao comportamento dos grupos econômicos. É muito difícil tentar antever pela análise sociológica e econômica como será o mundo nas próximas décadas. Há quem sustente que qualquer exercício de futurologia não pode ultrapassar dez anos, em razão, principalmente, da velocidade dos avanços tecnológicos e seus impactos em todas as atividades.
Todavia, com os dados atualmente disponíveis e pela atenta observação do comportamento dos agentes econômicos é possível mais uma vez provar que, ao contrário dos delírios de Marx e seus epígonos, o capitalismo não desapareceu e nem desaparecerá. Até porque seu desaparecimento significaria o fim da humanidade pela fome.
O capitalismo pode ter soluços, pode parecer que fraqueja, mas se reinventa sucessivamente num torvelinho sem fim e sem retorno. Ninguém melhor do que Max Weber antecipou este aspecto de forma mais eloquente.
O rearranjo capitalista do século XXI é que introduz uma novidade que se verifica no comportamento dos capitalistas. Observo que levo em consideração que o comunismo não acabou como se pensou logo após a sua queda na ex-URSS.
 
O movimento comunista internacional mudou sua estratégia de ação. Pilhagens, revoluções cruentas e iniquidades correlatas foram substituídas por alianças estratégicas. Os conceitos de luta de classes, mais valia, revolução e quejandos, passaram por uma reformulação no que respeita à sua aplicação.
 
Portanto, são trabalhados apenas com o objetivo de suscitar uma expectativa de futuro promissor nas massas e conduzi-las à imaginar que lhes é proveitoso o apoio sem ressalvas àquilo que provisoriamente se poderia denominar de "estado totalitário social". Uma espécie de neo-fascismo, porque aglutina todos os atores sociais: patrões, empregados, desocupados, minorias, etnias, pobres, ricos, enfim, todo o espectro social e econômico visando um objetivo comum.
O resultado disso é o controle social total das massas, sua docilidade e apoio incondicional a toda e qualquer iniciativa governamental. Notem que aos poucos vai desaparecendo a contestação política e ideológica. Movimentos de protesto já são difusos e pontuais e não questionam jamais a forma de gestão do Estado, ainda que esteja manifesto um avassalador esquema de corrupção.
 
Exemplo típico se viu há pouco no Brasil, quando o candidato do PT foi eleito folgadamente em São Paulo, ao mesmo tempo em que toda a população brasileira via as principais personagens políticas do PT serem condenadas por protagonizarem o mais escândalo de corrupção da república.
Outro exemplo é na Colômbia, ao qual me referi mais acima, quando é realizado um acordo de paz com um grupo de terroristas comunistas assassinos.
O resultado disso é que esses semoventes do marxismo mais adiante sejam candidatos a cargos eletivos na Colômbia e não será surpresa se algum deles chegar à presidência daquele país!
PODER SEM LIMITES

Curiosamente os capitalistas, sobretudo grandes grupos empresariais e financeiros ao contrário do que se poderia imaginar passaram a viabilizar todas as novas tiranias que se instalaram na América Latina, como também dão um sopro de vida a ditaduras como a cubana ou mesmo da Coréia do Norte. Sem falar da tirania comunista e corrupta da China que acabou se tornando um quintal operacional das maiores empresas do planeta.
Esse novo tipo de capitalismo do século XXI derrapa, como derrapou na Alemanha nazista e na Itália fascita, numa perigosa aventura de associar-se com esses novos grupos de poder totalitário. Caem mais uma vez na irresistível sedução de grandes lucros que representa a associação com governos ditatoriais.
Vejam por exemplo que naquela crise americana, gestada pelo próprio Partido Democrata com Bill Clinton no poder, foi resolvida com o dinheiro público, quando Obama abriu os cofres públicos para empresas gigantescas cujo PIB ultrapassa o de centenas de países, como é a GM.
 
Os democratas de Clinton financiaram moradia para quem não tinha dinheiro para honrar os compromissos provocando a tal bolha "subprime", ao subverter a regra de ouro do mercado. A solução foi emitir mais dinheiro para remediar a crise. Mas foi nessa jogada que Obama conseguiu a reeleição.
 
Em Ohio, onde há diversas montadoras, Obama é tido como um rei que manteve os empregos... e muito dinheiro no bolso desses novos capitalistas que encontram agora acesso fácil às burras estatais pela sua "estratégica" associação com os governos.
Reparem que todas as reportagens sobre as mudanças que ocorrem no poder político chinês neste momento são tratadas de forma trivial pela grande mídia. Difícil será encontrar um artigo que denuncie e censure a total ausência de liberdade política e as mais variadas trapaças financeiras e dumping.
Não há um miserável movimento de direitos humanos do Ocidente que fustigue a camarilha chinesa, agora atolada num cipoal de corrupção inaudito. O líder chinês que está de saída chegou a alertar que a corrupção poderá inclusive gerar a queda do estado!
Aos novos potentados da economia global manter a tirania chinesa no poder é algo que não pode sofrer qualquer tipo de ameaça pois estaria em jogo a sua forma fácil de ganhar dinheiro.
Acrescente-se mais um aspecto que corrobora o que afirmo ao longo deste texto. Por que a grande mídia está toda ela alinhada a esses interesses? Esses grupos empresariais de comunicação passaram a ser também associados dos governos virando diários oficiais impressos e televisivos.
Na atualidade, contam-se nos dedos os veículos de comunicação em todo o mundo que se colocam contra a essa diabólica aliança entre o setor privado com os governos em favor de tiranias que atentam contra a própria liberdade de imprensa.
Já se chegou a um ponto em que se torna difícil encontrar a fronteira que divide o que é público e o que é privado. E é por esta razão que atualmente nenhuma associação patronal emite um pio sequer de crítica a esses governos, ainda que sejam tiranias como a cubana que mantêm presos políticos.
Os Odebrecht simplesmente fecham os olhos e abrem os bolsos em Cuba, festejando seus negócios com o governo cubano enquanto presos políticos convivem com ratos, baratas e excrementos nas prisões de Fidel Castro até a morte.
Os empresários americanos alinhados a Obama adoram produzir na China, onde não há necessidade de Obamacare, direitos humanos e "occupy" a Praça Celestial. Em contrapartida, nos Estados Unidos são os sócios de Obama que financiam aquela horda de vagabundos a defecar nas imediações de Wall Street.
Aliás, isso foi durante a campanha eleitoral de Obama. Soros já determinou que os vagabundos recolham as barracas. Eles cumpriram a risca seus papéis. De graça é que não foi.
EPÍLOGO

A exposição de todos esses fatos neste artigo não chega nem a ser um resumo do panorama mundial que se apresenta neste século. A guisa de epílogo, resta acrescentar que essa situação não ocorre de forma espontânea. As massas conduzidas pelos grandes veículos de comunicação sofrem uma espécie de lavagem cerebral diária, de tal sorte que passam a absover tudo com total indiferença e passividade.
Não há mais nenhum movimento social fora do controle dessa nova elite globalista. A mínima crítica esboçada é vista com estranheza pela maioria que já incorporou como regra absoluta todos os ditames do pensamento politicamente correto. Os direitos individuais em grande parte já foram perdidos.
Um dos aspectos mais sensíveis que resulta do ambiente cultural desse deplorável mundo novo se expressa no mau gosto. O glamour, a etiqueta, as boas maneiras, a educação e o bom gosto renderam-se ao kitsch. A violência impera.
O medo se sobrepõe à sensação de segurança, o que é uma forma de reprimir automaticamente os cidadãos isolando-os do convívio social, sonegando-lhes o direito de ir e vir, confinando-os fora do horário de trabalho em seus domicílios.
Não há mais necessidade da repressão pura e simples. Impune, a bandidagem faz o serviço de reprimir as pessoas e de impedir a livre associação, o debate e o intercâmbio de informações.

Isto não acontece apenas no Brasil! Isto é um problema global gravíssimo sobre o qual se tem de refletir. Afinal, o que está em jogo é o valor mais caro ao ser humano: a liberdade, em boa parte já esbulhada pelos tarados dessa nova ordem mundial.
 
10 de novembro de 2012
in aluizio amorim

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