"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

BRASIL ESTÁ MENOS CORRUPTO, INFORMA LEVANTAMENTO FEITO DA ROSE

 

No ano do julgamento do mensalão e de eleições com a Lei da Ficha Limpa, o Brasil melhorou quatro posições no ranking de 176 países com menor percepção de corrupção no setor público e alcançou o 69º lugar. Os dados foram divulgados na terça-feira, 4, pela ONG Transparência Internacional. Neste ano, o topo do ranking foi compartilhado por Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia, com 90 pontos em uma escala de 0 a 100, em que 0 representa um país considerado por especialistas como muito corrupto e 100, muito limpo. Apesar dos avanços, como a Lei de Acesso à Informação e as recentes condenações de políticos, o Brasil obteve apenas 43 pontos no índice.
 
Pelo levantamento, o País faz parte do grupo de 117 Estados ou territórios com a avaliação menor do que 50. Na América Latina, o desempenho do Brasil ficou bem atrás do Chile e do Uruguai, que dividiram a 20ª posição no ranking, ambos com 72 pontos. Os dois países estão acima de Espanha, Portugal e França."Houve uma grande melhoria, mas creio que para um país tão importante em termos políticos e econômicos como o Brasil, que deveria servir de exemplo para a América Latina, é preciso fazer mais esforços", afirma o diretor Regional para a América Latina da TI, Alejandro Salas.
 
De acordo com Salas, o Brasil está progredindo porque, diferentemente de outras nações, agiu simultaneamente na criação de leis que combatem a corrupção e no Judiciário reduzindo a impunidade. "O caso do mensalão é importante porque a Justiça está mostrando que aqueles que são poderosos e ricos também pagam", diz ele.
 
Os gargalos de corrupção que ainda rebaixam o Brasil a níveis inferiores aos da República Dominicana e da Costa Rica, segundo Salas, estão na administração pública no interior do País. Outros dois problemas seriam a polícia e as licitações, principalmente às vésperas da Copa do Mundo e das Olimpíadas. A corrupção no Brasil, para Salas, é também uma questão de mentalidade. "Os brasileiros têm que entender que a corrupção não é só o dinheiro que roubam os políticos. Falta que os cidadãos, que muitas vezes são parte do problema, também sejam parte da solução", afirma.
 
Em 2012, Afeganistão, Coreia do Norte e Somália dividem a última posição da lista (174ª). Segundo nota da TI, nesses países, que já estavam no final da classificação no resultado anterior, "faltam lideranças confiáveis." A ONG alerta que a metodologia do índice, que usa opiniões de analistas, empresários e investidores, varia ao longo dos anos e que não é possível fazer uma comparações de longo prazo.
 
(Estadão)
 
05 de dezembro de 2012
in coroneLeaks
 
NOTA AO PÉ DO TEXTO

Diz o levantamento feito pela ONG Transparência Internacional que o Brasil está "menos corrupto".
Penso cá com os meu botões, o que significa a classificação "menos corrupto", e ocorre-me aquele chiste "ela está meio grávida".
 
A corrupção na escala em que fomos classificados é assustadora! Abaixo da linha dos 50! Obtivemos 43 pontos no índice! Integramos o grupo de 117 países ou territórios com pontuação abaixo de 50. Não há grau de satisfação com este resultado, ainda que nos informem que estamos 'menos corruptos'.
 
Nós, brasileiros, que vivemos o dia a dia dos escândalos, que assistimos a rede de corrupção do processo mensalão pela TV Justiça, que mostrou apenas a ponta do iceberg, não dá para ver o país como "menos corrupto".
 
É a velha mania de quantificar situações escabrosas, como se fosse ótimo não sermos um dos primeiros no item corrupção e não estarmos ao lado da Somália, ou da Coréia do Norte, Afeganistão, países aos quais faltam "lideranças confiáveis".
E quais são as nossas "lideranças confiáveis"? Vem a propósito o texto "Trocar pelo quê?"
 
Tal pontuação nos arrasta para a miséria social, para o sucateamento da saúde, para a 'insegurança pública', para os precários transportes coletivos, para os altos índices de homicídios, para a quase inexistência de saneamento básico, para os intoleráveis índices de educação... 
E por aí afora.

Perdoem-me os amigos, se não consigo ser otimista. Vocês conhecem aquela anedota, que em matéria de ilustrar o 'pessimismo' e o 'otimismo', é realmente esclarecedora. Já contei por aqui, mas vou repetir...
Dois irmãos, dia de Natal, abrem seus presentes. Um deles ganhou uma bicicleta espetacular. Franziu a testa e preocupado exclamou:
- E agora, o que faço? A turma da zona norte vai me pegar, meter a porrada, quebrar minha bicicleta... oh! Deus...
O outro irmão chegou afobado, com um largo sorriso na cara, e segurando uma lata de esterco, gritava:
- Vocês viram o meu cavalo por aí?... Viram o meu cavalo por aí?
m.americo

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