"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A CARTA DA TERRA E A POLUIÇÃO QUE AVANÇA NO PLANETA

 

Louvo a fé e esperança de Leonardo Boff na Carta da Terra. Entretanto, as grandes potências poluidoras do planeta, Estados Unidos e China, aumentam assustadoramente o despejo nos oceanos de dejetos químicos gerados em suas indústrias.
O desmatamento ainda está em marcha, principalmente na Amazônia Legal. As termoelétricas movidas a carvão altamente poluidoras são usadas em larga escala nas países subdesenvolvidos.


O incremento da construção civil, notadamente na Barra da Tijuca e em Jacarepaguá, está destruindo o pouco de área verde que existia nesse paraíso da cidade do Rio de Janeiro.

O esgoto é lançado in natura na Lagoa de Jacarepaguá pelos condomínios recém-inaugurados e o movimento migratório avança em direção ao Recreio dos Bandeirantes.

A cidade cresce sem planejamento de nenhuma espécie. O trânsito polui mais ainda em razão dos constantes engarrafamentos a qualquer hora do dia e piora nos fins da tarde.

Não é só no Rio de Janeiro, a outrora aprazível cidade de Mogi das Cruzes/SP, clima parecido com Petrópolis no Rio, cercada por duas serras, Itapeti e serra do Mar, por conta do avanço das construções prediais, tem experimentado um calor senegalês nesse verão e o trânsito começa a ficar caótico. Já se sabe que os prédios construídos desordenadamente aumentam em quatro graus a temperatura da cidade.

Os rios não suportam tamanha carga de esgoto despejada diariamente. Os prefeitos não gostam muito de investir em saneamento básico, obra que não dá votos, pois ninguém repara nas estações de tratamento de esgoto e suas tubulações enterradas no solo.
O pragmatismo tomou conta dos gestores públicos, infelizmente.

Gostaria de compartilhar do otimismo de Boff, de sua fé inabalável no ser humano, na capacidade de transformação do homem, entretanto, quando passo pela Marginal do Rio Tietê, completamente poluído. e pela Baia de Guanabara, na altura da Rodoviária e próxima da UFRJ, e observo a língua negra que desemboca naquelas águas, sinto um aperto no coração.
A poluição aumenta a cada dia.
O Rio Amarelo, na China, está no fim, suas águas sujas não chegam ao mar como antigamente e a seca devasta as regiões ao Norte, assim como no Nordeste.
Como sobreviver nessas condições inóspitas? A tristeza toma conta do povo, inexoravelmente, na maioria dos países do mundo.

05 de fevereiro de 2013
Roberto Nascimento

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