"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

CULTO COM 16 MORTES LEVA GOVERNO DE ANGOLA A SUSPENDER AS ATIVIDADES DA IGREJA UNIVERSAL

 


Portas fechadas – As autoridades angolanas suspenderam as atividades da Igreja Universal do Reino de Deus e interditaram os cultos e demais atividades de outras seis igrejas evangélicas, não legalizadas, segundo um comunicado enviado no último sábado (2) à agência pública de notícias de Portugal, Lusa.

A suspensão das atividades da Universal é uma das conclusões da Comissão de Inquérito nomeada pelo Presidente José Eduardo dos Santos, criada após a morte de 16 pessoas, por asfixia e esmagamento, no último dia 31 de dezembro, em um evento religioso na capital angolana, organizado pela própria igreja de origem brasileira.

“Dia do Fim”

O culto, denominado “Vigília do Dia do Fim”, concentrou dezenas de milhares de pessoas que ultrapassaram, em muito, a lotação autorizada no local, o estádio da Cidadela.
No comunicado enviado à Lusa, o governo anuncia que a Procuradoria Geral da República vai “aprofundar as investigações e a consequente responsabilização civil e criminal”.

A Comissão de Inquérito concluiu ainda que as mortes ocorreram devido à superlotação no interior e exterior do estádio, causada por “publicidade enganosa”.
Dias antes da cerimónia, a Universal espalhou em Luanda publicidade sobre o evento, que chamou de “Dia do Fim”. A propaganda convidava todos a “dar um fim a todos os problemas: doença, miséria, desemprego, feitiçaria, inveja, problemas na família, separação, dívidas”.

Para a Comissão de Inquérito esta publicidade criou, no seio dos fiéis, “uma enorme expectativa de verem resolvidos os seus problemas” e, socorrendo-se da legislação em vigor, classifica a difusão do evento como “criminosa e enganosa”. A igreja também é acusada de não ter suspendido a cerimônia, mesmo depois de ter tido conhecimento da existência de vítimas mortais.

Quanto à interdição de cultos e a outras atividades das outras seis igrejas evangélicas, a justificativa foi o fato de não estarem legalizadas. “Realizam cultos religiosos e publicidade, recorrendo às mesmas práticas da Universal”. As seis igrejas proibidas de levarem a cabo qualquer tipo de atividade são as igrejas Mundial do Poder de Deus, Mundial do Reino de Deus, Mundial Internacional,

Mundial da Promessa de Deus, Mundial Renovada e Igreja Evangélica Pentecostal Nova Jerusalém.
O comunicado pede aos fiéis destas igrejas e a toda a população em geral, para que se mantenham “serenos”, e a cumpram “cabalmente as decisões tomadas”.

A Comissão de Inquérito, criada em 2 de janeiro pelo Presidente José Eduardo dos Santos, foi coordenada pelo ministro do Interior, Ângelo Tavares com auxílio de outros quatro ministros e do governador da província de Luanda, Bento Bento. (Com informações da Agência Lusa e do Opera Mundi)

05 de fevereiro de 2013
ucho.info

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