"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 6 de março de 2013

O QUE ESPERA A VENEZUELA COM A MORTE DO DITADOR CHÁVEZ


Finalmente, a novela acabou. Depois de usurpar o governo da Venezuela durante dois meses e fazer sua campanha eleitoral, Nicolás Maduro informou ao mundo que Chávez havia falecido. Não vou ser hipócrita nem cínica para dizer, agora que ele morreu, que senti muito, que “descanse em paz” ou coisas que se dizem como condolências. Tampouco vou festejar como vi muitas pessoas fazendo, embora entenda até certo ponto o que move as pessoas a agirem assim. Mas não é esse o meu modo de ser. Peço apenas que Deus seja justo, e lhe dê aquilo que ele merece por seus atos quando em vida.

Chávez herdou o país numa fase em que o preço do petróleo subiu à estratosfera, no entanto, de toda a fortuna que o ouro negro gerou, em vez de transformar a Venezuela num país de primeiro mundo Chávez distribuiu o que não lhe pertencia ajudando ditaduras ou republiquetas falidas, como as de Cuba, Bolívia, Nicarágua, Equador, Argentina, sem contar com o gasto faraônico em compra de armamentos à Rússia, China e Irã. Transformou o país numa terra de ninguém, aparelhou todos os estamentos do Estado com cubanos e iranianos, abrigou os terroristas das FARC e ELN, distribuiu dinheiro clandestinamente para apoiar eleições de “camaradas”, deu o ouro da Venezuela para a China e o urânio para Ahmadinejad fabricar suas bombas.

Desde que anunciou estar acometido de um câncer e que iria se tratar em Cuba, a ocultação de informações verazes, a mentira e a dissimulação passaram a ser o norte do governo venezuelano. Desde o dia 8 de dezembro passado, quando fez sua última aparição pública, seu vice nomeado, Nicolás Maduro passou a manipular as informações sobre seu estado de saúde, dizendo ao povo venezuelano aquilo que lhe ordenava a ditadura castrista. Não preciso mencionar aqui a quantidades de mentiras grosseiras que foram divulgadas oficialmente, embora creia que nunca a verdade venha a ser descoberta.

Ontem, através de informações oficiosas, soube-se que Chávez havia piorado e voltado à Cuba num helicóptero super equipado. Me perguntei várias vezes como isto podia estar acontecendo com um paciente em estado terminal, traqueostomizado, evidentemente preso a outros aparelhos que lhe garantiam a sobrevida e, em sendo verdade, se não era uma estupidez dos médicos, da família e dos dirigentes ficar com um doente tão grave para lá e para cá expondo-o a um sofrimento desnecessário. Entretanto, o que Maduro e Villegas sempre exigiam do povo era “respeito” e “amor” para com o seu presidente, enquanto eles disputavam o botim de um defunto ainda quente.

Ontem Villegas havia feito outro pronunciamento para dizer que o quadro clínico de Chávez havia piorado mas que “ele estava dando uma batalha pela vida”, e que pedia “unidade, unidade, unidade”, mais uma vez iludindo o povo com mentiras grotescas, pois no estado em que ele se encontrava sequer tinha consciência ou podia falar, mesmo que fosse através de gestos. Hoje, pela manhã, Maduro reuniu o alto escalão do governo e o comando militar para informar que “havia provas” de que o câncer de Chávez havia sido parte de um complô dos Estados Unidos, que “inocularam o vírus” propositadamente para desestabilizar o país. Ante a “descoberta”, havia expulsado o adido militar da Aeronáutica, David del Monaco, a quem deu “24 horas para deixar o país”, e depois fez o mesmo com o outro funcionário de nome David Kostal, considerados “persona non grata” por “conspirarem contra o país”. Vejam no vídeo que coisa mais patética: http://www.dailymotion.com/embed/video/xxzba3
Os funcionários já se encontram nos Estados Unidos conforme informações do Pentágono. Entretanto, esta reunião e as duas expulsões obedeciam ordens de Havana para distrair as atenções dos venezuelanos, sobretudo dos estudantes, pois estes vinham insistentemente exigindo informações concretas e provas de vida de Chávez em manifestações pacíficas, onde se mantinham acorrentados em frente à embaixada e consulados cubanos. Mais um golpe canalha de desinformação, da qual Cuba é mestra!

Duas horas depois, Maduro aparece em cadeia nacional para informar que Chávez havia falecido às 4:25 da tarde do dia 05. Já não dava mais para espichar a conversa de um Chávez convalescente que governava, dava posse a funcionários, emitia comunicados e escrevia artigos de dez páginas como fez no encontro da CELAC. O vídeo do anúncio feito por um Maduro emocionado e choroso já foi muito divulgado, então, preferi publicar o que disse o ministro da Defesa, Diego Molero Bellavia, porque ele diz muito de como será o futuro da Venezuela daqui por diante. Ele fala coisas aberrantes, como um Chávez “agarrado a Cristo” e no final, este militar do mais alto escalão grita palavras de ordem usadas por Chávez e pelas FARC, refrão alcunhado ao carniceiro Guevara: “Hasta la victoria siempre!”. Assistam: http://cnn.com/video/?/video/spanish/2013/03/05/cnnee-chavez-militar-press-conference.cnn
Entretanto, segundo o diário ABC da Espanha, Chávez morreu às 7:00 h. da manhã em Cuba, e todo esse espalhafato sobre o complô dos Estados Unidos foi, conforme imaginei e denunciei na minha página do FaceBook, mais uma desinformação para distrair a mídia e dar tempo de trazer o corpo de Cuba até a Venezuela sem que o povo se desse conta das manobras.

Com a morte de Chávez, agora, segundo reza o Artigo 233 da Constituição, o presidente da Assembléia Nacional, Diosdado Cabello, deverá assumir a Presidência e conclamar novas eleições dentro de 30 dias. A usurpadora presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Luisa Estella Morales, disse que com a morte de Chávez o povo deveria “confiar em suas instituições” porque agora elas “mostram sua solidez”. Não sei a qual solidez esta senhora se referia, uma vez que, como já denunciei noutra edição, ela sacramentou o crime constitucional de que Chávez poderia se juramentar “quando estivesse em condições”, permitiu que Nicolás Maduro continuasse como vice-Presidente sem haver tomado posse, e o próprio cargo, que se extinguiria com o fim daquele mandato, no qual ela permanece impávida como se tivesse sido nomeada pelo presidente juramentado. Chávez morreu sem se juramentar, portanto, todos estes cargos - inclusive o de Elías Jaua como Chanceler - são absolutamente ilegais e usurpados. Todavia, vejam no vídeo abaixo o que disse o “chanceler” Elías Jaua sobre a situação futura:
Entretanto, segundo o diário ABC da Espanha, Chávez morreu às 7:00 h. da manhã em Cuba, e todo esse espalhafato sobre o complô dos Estados Unidos foi, conforme imaginei e denunciei na minha página do FaceBook, mais uma desinformação para distrair a mídia e dar tempo de trazer o corpo de Cuba até a Venezuela sem que o povo se desse conta das manobras.

Com a morte de Chávez, agora, segundo reza o Artigo 233 da Constituição, o presidente da Assembléia Nacional, Diosdado Cabello, deverá assumir a Presidência e conclamar novas eleições dentro de 30 dias. A usurpadora presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Luisa Estella Morales, disse que com a morte de Chávez o povo deveria “confiar em suas instituições” porque agora elas “mostram sua solidez”. Não sei a qual solidez esta senhora se referia, uma vez que, como já denunciei noutra edição, ela sacramentou o crime constitucional de que Chávez poderia se juramentar “quando estivesse em condições”, permitiu que Nicolás Maduro continuasse como vice-Presidente sem haver tomado posse, e o próprio cargo, que se extinguiria com o fim daquele mandato, no qual ela permanece impávida como se tivesse sido nomeada pelo presidente juramentado. Chávez morreu sem se juramentar, portanto, todos estes cargos - inclusive o de Elías Jaua como Chanceler - são absolutamente ilegais e usurpados. Todavia, vejam no vídeo abaixo o que disse o “chanceler” Elías Jaua sobre a situação futura: http://www.youtube.com/embed/VdQ6LUo-AAg
Quer dizer, enquanto todos do governos usurpado dizem em seus discursos que a Constituição será cumprida, que o povo confie em suas instituições, seguem cuspindo na Carta Magna e fazendo exatamente aquilo que lhes ordenam os donos da Venezuela, os ditadores Castro. Maduro já estava ilegal antes, como vice-presidente nomeado por um presidente não empossado, e mais ainda agora, pois no caso de vacância definitiva é o presidente da Assembléia quem assume o lugar. E onde estão as instituições internacionais para denunciar esta crime tão evidente? Por onde anda a OEA que não vê nisso uma inconstitucionalidade? Vão bem, obrigada, todos lamentando e chorando a perda do “grande líder”!

Enquanto em seus discursos Maduro e o ministro da Defesa pedem “respeito”, “paz” e “amor”, Nicolás Maduro ordenou o deslocamento de TODA a Força Armada Nacional e a Polícia nas ruas, segundo ele, “para acompanhar e proteger nosso povo”. Mas, “proteger” de quem, se segundo eles o país vive uma democracia plena, com segurança, tranqüilidade e todos amam Chávez? Notícias que recebo de amigos venezuelanos dão conta de que há grupos violentos por todas as ruas, os celulares estão fora de serviço e muitos meios de comunicação estavam fora do ar até pouco tempo. Um grupo de motorizados chegou onde estavam acampados os estudantes de Chacao, e queimou todas as tendas em que eles dormiam, num claro gesto de intimidação, conforme mostra a foto que ilustra esta edição.


Segundo informou Elías Jaua, as exéquias de Chávez começam na quarta-feira no hall da Academia Militar para onde o corpo foi trasladado, e na sexta-feira às 10:00 da manhã haverá uma solenidade de despedida com uma cerimônia oficial com os chefes de Estado presentes. Ele não informou aonde o corpo vai ser sepultado mas arrisco dizer que será no Mausoléu construído para guardar os restos de Simón Bolívar, que divulguei em edição de agosto do ano passado. Segundo Jaua, o país está em “absoluta tranqüilidade” e pediu que os venezuelanos mantivessem a paz como “um legado de Chávez. É um dever de todos preservar a paz”.

Bem, esse é o discurso da mentalidade revolucionária. Para eles, Chávez não foi só um líder mas um santo, piedoso, generoso, pacífico, que dava tudo pelos pobres, que fez muito pelo país, entretanto, o que se vê hoje, inclusive com o seu substituto usurpador Maduro, é violência, atitudes autoritárias, e uma ditadura mais feroz a caminho. Temo pela gente de bem, pelos amigos prejudicados pelos incontáveis crimes cometidos por Chávez e seus esbirros, pelos que suplicaram um gesto de boa-vontade da parte deste que se foi pela sua libertação, e que permanecem encarcerados correndo risco de vida, inclusive de serem assassinados na prisão. Por isso não rezo por ele e sim pelos que ficaram, pelas suas incontáveis vítimas desde aquele fatídico 4 de fevereiro de 1992 em seu falido golpe, pelas vítimas da praça França de Altamira, pelos “expropriados”, pelos que tiveram que se exilar para preservar a vida. Que a Virgem Santíssima se apiade deles e que Deus dê a esta criatura tão nefasta e medonha aquilo que ele merece. Fiquem com Deus e até a próxima!
 
06 de março de 2013

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