"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 11 de abril de 2013

CASSAÇÃO DE MENSALEIROS: CORREGEDOR DIZ QUE SEGUIRÁ STF

‘Prezo as decisões judiciais’; deputados terão garantidos os direitos de defesa

 
BRASÍLIA — O novo corregedor da Câmara, Átila Lins (PSD-AM), empossado nesta quarta-feira pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para um mandato de dois anos, comunga da tese de que cabe à Câmara, no caso dos casos de deputados condenados pelo Supremo Tribunal Federal no mensalão, ater-se à análise das formalidades do processo, sem discussão do mérito.
A tese, defendida por Henrique Alves, contraria o interesse dos condenados.

Cauteloso, Lins afirma que irá aguardar o acórdão do Supremo para se posicionar, mas adianta que, para ele, a corregedoria deve emitir parecer sobre as formalidades legais e constitucionais.

— Prezo as decisões judiciais, temos que atacar as formalidades. A corregedoria irá emitir parecer sobre as formalidade legais e constitucionais. Vou ser defensor do regimento e da Constituição.
O ato que criou a corregedoria já fala nas decisões judiciais, diz que serão analisadas formalmente, analisar as formalidades legais, nunca você adentrar em outras conjecturas, é claro que cada caso é um caso — disse Átila Lins ao GLOBO.


Alves endossa tese de Temer

Depois de ser eleito presidente, Henrique Alves declarou que a Câmara cumprirá, no caso dos quatro deputados condenados no mensalão, formalidades, e não irá discutir o mérito da decisão do STF.

Henrique endossou tese defendida pelo vice-presidente Michel Temer e outros peemedebistas de que o rito de tramitação dos processos contra os quatro condenados será semelhante ao adotado no caso de deputados cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nestes casos, a Câmara dá direito de defesa ao parlamentar, mas homologa a decisão do TSE, sem entrar no mérito. Isso contraria a tese difundida por petistas e o ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS), que defendia a competência da Casa para decidir sobre a cassação dos mandatos.

Para o corregedor, deputados que têm seus mandatos cassados pelo TSE têm a possibilidade de recorrer ao STF. No caso dos já condenados pelo Supremo, não há mais recurso, no seu entendimento.

— Quando TSE decide, dá expectativa que o deputado pode recorrer ao Supremo, suspendendo a decisão do TSE. Já uma decisão do Supremo, se for definitiva, não há expectativa de nova liminar, é a última instância — afirmou.

Segundo Lins, os deputados terão garantidos os direitos de defesa, dentro dos prazos, mas ele pretende ser célere na apresentação de seu parecer.

11 de abril de 2013
Isabel Braga

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