"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 22 de abril de 2013

UPA E OS CUPAs


No lascivo reino da “Esbórnia”, um gigantesco país nas margens do Ipiranga, reinava uma mandona intragável jocosamente denominada de UPA. A razão, ninguém sabia.
Assim, dos menos ricos “esbornienses”, pois todos eram afortunados, aos mais aquinhoados, todos reverenciavam a UPA como uma impoluta “gerentona”.
Portanto, causava espécie para os entendidos e até para os leigos, que apesar da economia que patinava, da inflação que aumentava, da educação que afundava, da corrupção que assolava e a certeza de que o país navegava à matroca, que, admiravelmente, a UPA subia no coração dos bem-aventurados habitantes - os CUPAS, denominação genérica daquele fagueiro povo.
Apesar dos múltiplos escândalos como:
- a amada Rose fora descoberta, mas a metamorfose, padrinho da UPA, e guru da amantíssima Rose, seguia impoluto, e, absurdamente, a UPA subia;
- o Dirceu, prestigiado membro da “tchurma” da UPA, filhote moral do falacioso e melífluo guru da enganação, declarou que no julgamento do mensalão contava com o voto benevolente de vários ministros, inclusive nominou um, mas tudo ficou sem novidade no front, pelo contrario, milagrosamente, a UPA subia;
- os gays e as lésbicas adquiriram foro privilegiado, e, breve tiveram cotas nas universidades, nos empregos públicos; mas os CUPAs, até os cheios de méritos, só levavam um belo nabo no traseiro.
No país, nada acenava para qualquer obra de monta em prol da melhoria da infraestrutura e do futuro do reino, mas, assombrosamente, a UPA subia.
As estradas não "pedagiadas" se transformaram no caos da “buraqueira”, mas extraordinariamente, a UPA subia.
A gasolina subia e o tomate idem, e no furor dos aumentos, e estrepitosamente e apesar de tudo, a UPA também subia.
Alguns chegaram à conclusão de que os CUPAs agiam de forma inversamente proporcional, pois quanto mais os CUPAs desciam a UPA mais subia.
O sadomasoquismo é um instrumento usado à larga por desviados sexuais, portanto conhecendo – se o alto grau de sacanagem que dominava a mente dos nativos da terra do Cruz Credo, a UPA subia cada vez mais, mesmo à custa dos CUPAs que desciam
Não importavam as denúncias, nem as omissões, nada absolutamente podia macular o “foro” que apoiava a UPA, que sempre subia no conceito dos CUPAs.
Existia uma pletora de bondades e omissões com os quais a UPA poderia brindar os omissos CUPAs, que beneficiados chegaram à total servidão.
Podemos concluir nesta breve lenda, que deixando de lado os maiores cuidados com seu solitário neurônio, liberada para enunciar em palavras lapidares o seu destino de maior “símbolo” da nação “esborniense”, que a UPA deve ter subido aos céus.
Mas sabemos que na vida nada se perde e que tudo se transforma e, se a UPA subia, os CUPAs desciam.
A conclusão é lógica e repousa em dados científicos e matemáticos, e ficou comprovado na prática, que quanto mais a UPA subia, mais a comunidade dos CUPAs descia.
Até onde a UPA subiu e os CUPAs desceram só a tradução de indecifráveis hieróglifos poderá dizer.
Alguns podem questionar que em remotas Eras tenha existido na face da terra uma Nação como a “Esbórnia”, mas segundo a lenda, com a morte da UPA, os CUPAs sucumbiram por falta de trolha. Haviam atingido o fundo do poço.
Ainda bem que no século XXI, estórias como as ocorridas na “Esbórnia” não florescem jamais.
 
22 de abril de 2013
Valmir Fonseca Azevedo Pereira, General de Brigada Reformado, é Presidente do Ternuma.

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