"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 14 de maio de 2013

BAIXARIA ENTRE DEPUTADOS SUSPENDE SESSÃO DA CÂMARA SOBRE MP DOS PORTOS



Caiado, bem teatral

Um protesto do deputado Toninho Pinheiro (PP-MG) fez com que o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), encerrasse mais uma sessão convocada para votar a Medida Provisória (MP) 595, conhecida como MP dos Portos. Em meio a uma discussão entre os deputados Antonhy Garotinho (PR-RJ) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), Toninho subiu à Mesa da Casa e exibiu uma faixa cobrando a liberação de emendas para a saúde.

Henrique Alves advertiu o parlamentar mineiro que a atitude era antirregimental e que ele deveria descer. Depois, um segurança da Câmara tentou retirar o deputado à força. Na faixa, Toninho Pinheiro informava que governo empenhou R$ 8,3 bilhões em recursos de emendas parlamentares para a saúde, mas que os recursos não foram liberados.

A confusão teve início quando Garotinho usou a tribuna para acusar os autores dos destaques à MP dos Portos de estarem defendendo interesses particulares em detrimento dos interesses do país. Como resposta, o líder do DEM, Ronaldo Caiado, foi à tribuna e chamou Garotinho de “chefe de quadrilha”. Disse ainda que o ex-governador do Rio de Janeiro não tinha moral para lançar suspeição sobre todos os demais 512 deputados.

“Chefe de quadrilha tem que estar na cadeia e não no plenário da Câmara. Se fosse presidente da Câmara, mandava o serviço de segurança mandar este chefe de quadrilha para a cadeia”, discursou. Henrique Alves lamentou o nível do debate e pediu o restabelecimento do respeito ao Parlamento.
“É profundamente lamentável que esta Casa assista, de novo, a este espetáculo”, lamentou Alves.

Garotinho voltou a tribuna e disse que não se rebaixaria ao tom usado por Caiado e que suas acusações foram à emenda aglutinativa e não aos deputados. “Não usei nenhuma palavra de baixo calão”, afirmou Garotinho. O deputado rebateu as acusações de Caiado e disse que mora na mesma casa em que nasceu. Ele ainda insinuou que Caiado abandonou o ex-senador Demóstenes Torres, cassado por quebra de decoro.

Com o tumulto, Henrique Alves encerrou a sessão e convocou outra para as 17h30. Na abertura da nova reunião, o presidente da Câmara disse que houve equívocos por parte do deputado e da segurança da Casa, mas que isso não pode interferir no andamento dos trabalhos. Neste momento, os deputados retomam as discussões em torno da MP dos Portos.

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