"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 5 de maio de 2013

ISRAEL FECHA ESPAÇO AÉREO E SÍRIA APONTA MÍSSEIS PARA O PAÍS

Nos últimos três dias, dois ataques contra alvos sírios foram atribuídos a forças israelenses
 
 

BEIRUTE - Após dois ataques contra alvos sírios nos últimos três dias, as forças de defesa de Israel fecharam o espaço aéreo do norte do território, enquanto a TV síria anunciou que forças de Damasco estão apontando uma bateria de mísseis contra o país vizinho. As tensões na região aumentam cada vez mais, alimentadas por declarações de autoridades sírias que afirmam que as últimas investidas israelenses foram interpretados como uma "declaração de guerra".
Em entrevista à emissora americana CNN, o vice-chanceler sírio, Faisal al-Mekdad, prometeu que os ataques israelenses terão uma resposta. Israel, por sua vez, colocou as tropas das fronteira com o Líbano e a Síria em estado de emergência. Duas baterias defensivas antimísseis do Domo de Ferro, o sistema de defesa de Israel, foram levadas para as cidades de Safed e Haifa, no norte do país.

O Ministério das Relações Exteriores da Síria mandou uma carta para as Nações Unidas e para o Conselho de Segurança da ONU, afirmando que os bombardeios israelenses mataram diversas pessoas e exigindo que os órgãos condenem os ataques.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netayahu, realizou uma reunião de três horas com seu gabinete sobre as tensões com a Síria. Apesar do encontro já ter terminado, nenhum comunicado foi divulgado.

Mais cedo, fortes explosões atingiram um centro militar na localidade de Jamraya, em Damasco. O governo de Bashar al-Assad assegura que foram bombardeios da força aérea israelense. Uma fonte de um serviço de inteligência ocidental, que não quis ser identificada, disse que o objetivo de Israel foi destruir mísseis iranianos Fateh 110 que foram levados para a Síria para depois serem enviados ao Hezbollah. Na manhã de sábado, outro bombardeio atingiu um comboio de mísseis que seriam levados da Síria para o Líbano, em uma aparente escalada do envolvimento de Israel no conflito interno sírio.

Uma autoridade israelense, em condição de anonimato, disse à agência AFP que o bombardeio aconteceu contra o Centro de Investigações e Estudos Científicos do Exército sírio, que abriga um armazém de armamentos nos arredores do aeroporto de Damasco. Já o governo sírio diz que a instalação é voltada para a ciência e que o objetivo dos israelenses seria ajudar grupos armados da oposição, chamados pelo regime de terroristas.

“Várias explosões golpearam a zona de al-Hamah em Damasco”, divulgou a agência do governo sírio. “Os dados indicam que as explosões atingiram o Centro de Investigação Científica, causando vítimas. Essas informações também indicam que as explosões foram causadas por um ataque aéreo de Israel com mísseis”.

O mesmo centro militar foi atacado em janeiro deste ano, em uma ação atribuída também à força aérea israelense, mas a suspeita não foi confirmada oficialmente. No episódio, caças bombardearam um comboio de armas russas que estava dentro do centro e que estaria preparado para levar armamentos para o Hezbollah, segundo agentes israelenses.

Enquanto a violenta guerra civil da Síria continua, Israel vem anunciando que o limite para uma ação militar seria “o envio de armas químicas a grupos terroristas” e que atuaria para evitar a transferência de armamentos sofisticados ao Hezbollah, considerado um grupo radical islâmico pelos israelenses.

Apoio dos EUA

Em sua primeira visita a Israel como chefe de Estado dos EUA, o presidente Barack Obama refirmou que o país aliado tem o direito de se defender. Posição que também foi defendida pelo secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, recém-empossado no cargo. Os dois países têm estreitado sua cooperação em relação ao compartilhamento de informações de inteligência, para vigiar os movimentos de grupos considerados inimigos como o Hezbollah e a al-Qaeda.

05 de maio de 2013
O Globo com agências internacionais

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