"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 30 de junho de 2013

CIDADANIA, QUE BICHO É ESTE?


Sinto-me desrespeitado. A quem, e onde, devo reclamar meus direitos? Direito de consumidor, contribuinte, eleitor. Direito de cidadão que começou a trabalhar aos doze anos de idade e, agora, ao completar sessenta e seis anos de vida e cinqüenta e quatro de trabalho, assiste a esse circo de horrores, protagonizado por senhores que nada são além de funcionários públicos, empregados portanto dos contribuintes, instalados em seus cargos por força e graça de nossas ações, ou seja, o nosso voto.
Para quê estão lá? Em tese, para trabalhar pelo país que somos todos nós. Por que estão lá?  Na prática, para trabalhar por suas famílias e para seus amigos. São nossos empregados, mas se sentem donos da empresa.
Os que vestem a verdadeira capa institucional e assumem integralmente a responsabilidade de suas funções são tão poucos. Por que continuam se não há espaço para aqueles de boa vontade? Porque acreditam que a persistência um dia fará diferença, dará frutos bons?
E nós, o que fazemos para mudar o que nos desagrada, nos fere, nos desrespeita? Que tipo de cidadãos, eleitores, consumidores, contribuintes somos? Que nota merece nosso comportamento, nossas atitudes? O que estamos ensinando para nossos filhos?
Que democracia é essa, em que o voto é obrigatório? Por que insistir neste modelo arcaico encontrado apenas em pseudo democracias?
O voto obrigatório, parece, tira a responsabilidade do eleitor por tudo de errado que faz o eleito. E este se sente à vontade para usar o cargo em benefício próprio.
Será que a geração atual veio para cumprir a profecia de Rui Barbosa? Já chegou o tempo em que se tem vergonha de ser honesto?

30 de junho de 2013
Marcos Hummel é Jornalista e Apresentador de TV.

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