"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 16 de julho de 2013

OPOSIÇÃO ZERO

 De repente, espocaram passeatas e manifestações pelo território nacional.
Após um começo mambembe apoiado em um esdrúxulo “passe livre”, reconhecido como um movimento apoiado e subsidiado pelo próprio governo petista, o arremedo de protesto foi sendo engrossado por populares.
Dizem que o motivo inicial do passe livre era o desgaste do governador Alckmin, próximo alvo do desgoverno petista que já domina a prefeitura de São Paulo.
O inesperado foi o engrossamento, não do movimento passe livre, mas de uma massa que desanimada e revoltada com a pândega política e econômica existente, resolveu dar o ar de sua graça.
As manifestações se espalharam e, safadamente aproveitadas pela velha turba de arrastadores do alheio, de ladravazes e de bandidos, ganharam as ruas e deixaram um sinal de seu oportunismo arruaceiro.
A massa que posteriormente engrossou o movimento inicial, expurgados os aproveitadores, as tentativas de outros partidos, inclusive de esquerda, do PT, do PSol, do PSTU, etc, de se integrarem, e até de assumir a liderança das explosões populares, dizem, tem por base integrantes da maioria silenciosa da classe média.
E as reclamações da classe média são tantas, que se tornaram um caótico elenco de indignações, contudo, transformaram - se em simples palavras ao vento.
Faltou para os indignados um pequeno ponto de apoio ou de referência, não havia como não há, já faz um bom tempo, uma crível OPOSIÇÃO.
No Brasil, o Executivo esquerdo - sindicalista - socialista adonou-se totalmente dos destinos da Nação, através de seu domínio sobre os demais poderes e não existe, com alguma autoridade, um poder por modesto que seja, capaz de conjuminar uma indignação honesta.
Passados os dias, após as manifestações de rua que atemorizaram o Executivo e o Legislativo, podemos concluir que ocorreram algumas vitórias, muito modestas, mas de resto, nada que modifique o nebuloso cenário anterior.
Somando e diminuindo, o certo foi a queda da Dilma nas pesquisas, mas que poderá ser recuperada com futuras benesses e ampliações de melhorias para os bolsistas e no crescimento de seus beneficiários.
O Executivo aumentou os seus antagônicos, pois partindo para um revanchismo contra a classe médica, engrossou o número dos avessos ao seu continuísmo,
Os sindicatos, uma das facções com as quais a esquerda divide o desmando da Nação, deram uma fraca demonstração pretendendo muito mais do que recebem.
Infelizmente, para a “pelegada” que pagou aos seus “manifestantes”, a sua demonstração de força foi um traque sem barulho e sem o mau cheiro esperado.
Talvez a queda da Dilma tenha sido o grande resultado alcançado e, caso não seja recuperado, apesar das futuras tentativas, o perigo será a cúpula petista desenterrar o seu ícone, o “metamórfico Doutor Honoris Causa” como futuro dirigente desta desgraçada terrinha.
Como a esbórnia é total, o Congresso assustado passou a aprovar, sem compostura qualquer projeto que julga como anseio popular, portanto é provável que em breve tenhamos a sacramentação do “passe livre”, de fato, uma melhoria nas bolsas (?) já existentes, e um novo saque em nossos bolsos.
Na verdade será mais um argumento para a permanência do petismo no desgoverno, que sempre poderá alegar que o candidato oponente (?), irá acabar com as bolsas, com as cotas, com o passe livre, com o casamento gay, e com um rol de outras conquistas (?) populares.
Portanto, após as alentadoras e sem destino passeatas e movimentações de rua, terminamos num beco sem saída.
 
16 de julho de 2013
Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Presidente do Ternuma, é General de Brigada Reformado.  

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