"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 29 de julho de 2013

SANATÓRIO (OU SANITÁRIO) DA "POLÍTICA" BRASILEIRA

Tudo combinado


“Eu tenho um sexto pacto, sabe? Que é o pacto com a verdade. É inadmissível o que se faz hoje no Brasil”.

Dilma Rousseff, na entrevista a Mônica Bergamo, publicada pela Folha deste domingo, sem confirmar nem desmentir os rumores de que nesse sexto pacto ficou combinado que a verdade não daria as caras no Planalto até que a presidente encerrasse o mandato.

A beleza da incompetência

“Conversei com os cardeais e seguranças do papa, e todos foram unânimes em reconhecer que o fim da Jornada foi o mais belo que eles já viram”.

Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência e caixa preta do PT, anunciando, sem revelar as fontes, que o papa Francisco achou muito bonito o congestionamento em que ficou preso no centro do Rio, comoveu-se com a alegria dos fiéis enfileirados diante das estações do metrô e considerou um exemplo de agilidade administrativa a transferência para Copacabana da vigília marcada para o Lamaçal de Guaratiba, que só serviu para engolir 6 milhões de dinheiro público.

Endereço incerto

“O Guido está onde sempre esteve: no Ministério da Fazenda”.

Dilma Rousseff, na entrevista a Mônica Bergamo, publicada pela Folha deste domingo, tentando acabar com a suspeita de que Guido Mantega vive no mundo da lua.

Quem manda

“Minha querida, ele vivia me criticando”.

Dilma Rousseff, na entrevista a Mônica Bergamo, publicada pela Folha deste domingo, sobre as críticas de Lula ao comportamento da afilhada diante das manifestações de rua, informando que, além de conselhos, ordens, instruções e palpites, também ouve pitos do padrinho.

Poste assumido

“Agora, falar volta Lula e tal… Eu acho que o Lula não vai voltar porque ele não foi”.

Dilma Rousseff, na entrevista a Mônica Bergamo publicada pela Folha deste domingo, admitindo publicamente que é um poste.

Juntos e misturados

“Eu tenho uma relação com o Lula que tá por cima de todas essas pessoas. Não passa por elas, entendeu? Eu tô misturada com o governo dele total. Nós ficamos juntos todos os santos dias, do dia 21 de junho de 2005 até ele sair do governo. Temos uma relação de compreensão imediata sobre uma porção de coisas”.

Dilma Rousseff, na entrevista a Mônica Bergamo publicada pela Folha deste domingo, revelando em dilmês vulgar que durante cinco anos e meio passou todos os dias ao lado do chefe, sem esclarecer se saía da sala ou só fechava os olhos nas audiências concedidas a Rosemary Noronha.

Nascidos um para o outro

“Querida, olha, vou te falar uma coisa: eu e o Lula somos indissociáveis”.

Dilma Rousseff, em entrevista a Mônica Bergamo, na Folha deste domingo, avisando com o “querida” do começo da frase que nenhuma jornalista será capaz de separá-los.

Areia burguesa

“Não há nesta cidade outras áreas para abrigar 2 milhões de pessoas. Tinha a praia de Copacabana e o Parque do Flamengo, só que ia ficar burguês demais”.

Eduardo Paes, em entrevista à rádio CBN, sobre a escolha do campo de Guaratiba para a vigília da Jornada Mundial da Juventude, ensinando que, ao contrário da areia de Copacabana e do gramado do Flamengo, que são burgueses, o lamaçal da Zona Leste é a cara do povão.

Desastre imperfeito

“Eu trabalho para a perfeição. Quando não acontece a perfeição, eu não fico culpando ninguém nem querendo dividir a responsabilidade”.

Eduardo Paes, em entrevista à rádio CBN, sobre as falhas na organização da Jornada Mundial da Juventude, fazendo de coisa que foi apenas imperfeito o bisonho desempenho do prefeito na visita do papa ao Rio.

Zero com louvor

“Quando não é perfeito, fica mais perto da nota zero do que da nota dez”.

Eduardo Paes, em entrevista à rádio CBN, sobre as falhas na organização da Jornada Mundial da Juventude, dispensando os institutos de pesquisa de perguntarem aos cariocas o que acharam do desempenho do prefeito na visita do papa.

29 de julho de 2013
Augusto Nunes

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