"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 7 de agosto de 2013

GOVERNO DO PT TERGIVERSA, DIZ QUE INFLAÇÃO RECUA E QUE ESTÁ TUDO ÀS MIL MARAVILHAS. E ISTO VIRA MANCHETE DE JORNAL



 
Estacionamento nos supermercados só está lotado de carrinhos de compra vazios. Consumidores ficam em casa bebendo água e vendo televisão, com saudades do governo de FHC.
A Folha de São Paulo traz como manchete aquile tipo de matéria que econômica que todo jornalista produz quando não há nenhuma novidade. É um artifício para preencher espaço. E, como todos os leitores atentos sabem, assunto é o que não falta. E eu, como jornalista velho de guerra, vejo de longe, só pelo título, que se trata de matéria furada.
 
E não precisa ser jornalista para identificar isso. Qualquer pessoa que vai aos supermercados sentem no bolso o retorno trágico da inflação que devora os salários e põe o governo do PT na lona.
Nem as ninjas, nem capilés, nem torturras e nem black blocs serão capazes de turvar essa percepção da população brasileira.
Nem mesmo o sobrinho de Gilberto Carvalho, o dono do CADE, que libera a conta-gotas para o jornalismo de aluguel e blogs da esgotosfera acusações contra o governo de São Paulo, terá forças suficientes para iludir os brasileiros com relação ao governo desastrado e incompetente do PT.
 
A manchete da Folha de S. Paulo desta quarta-feira afirma que a cesta básica está caindo. Só se for da prateleira. E lá pelas tantas informa que os preços caíram em Florianópolis! Ora, como sabem os leitores este blog está sediado justamente em Florianópolis que é uma das capitais mais caras do Brasil. Aqui os preços subiram e já estão com autonomia de voo sem volta.
 
Aliás, na noite desta terça-feira os shoppings e supermercados estavam às moscas. O movimento de automóveis diminuiu de forma expressiva. Os salários pagos neste início do mês já foram tragados pela maldita inflação e os consumidores ficam em casa bebendo água e vendo televisão. Lazer, refeição fora de casa, barzinho, festas, viagens e passeios, nem pensar.
 
Se eu fosse editor da Folha de São Paulo jamais editaria uma matéria dessas como manchete. É pura piada de mau gosto.
Transcrevo para vocês conferirem:
 
Vilões nos primeiros meses do ano, os alimentos apresentam queda generalizada de preço e, agora, empur- ram para baixo os índices de inflação.
Em julho, o valor da cesta básica caiu em todas as capitais pesquisadas pelo Dieese --fato inédito desde 2007.
 
Itens retirados momentaneamente dos carrinhos de compra devido ao alto preço, como o tomate e o feijão, tiveram as maiores influências para a queda no mês passado.
 
"Há muita volatilidade nos preços desses alimentos, que dependem das condições de clima e safra", diz José Silvestre, coordenador do Dieese.
Historicamente, a maioria dos alimentos "in natura", como hortaliças e frutas, sobe nos primeiros meses do ano, devido ao excesso de chuvas, e caem na metade, beneficiados pelo clima.
 
É o que acontece neste momento. Além disso, a colheita de grãos já foi encerrada no país, garantindo boas condições de oferta para soja e milho --ingredientes em muitos alimentos industrializados e na ração de animais.
 
Mas, apesar de a queda recente não ter sido suficiente para anular a alta do primeiro semestre --no acumulado do ano, a cesta básica só cai em Florianópolis--, a deflação de alimentos deve perder força nos próximos meses.
"Julho deve ser o pico de queda para os preços dos alimentos ao consumidor", diz Adriana Molinari, analista da Tendências Consultoria.
 
Para ela, a inflação de alimentos volta para o terreno positivo em agosto.
Segundo a analista, os preços no atacado já mostram desaceleração da queda de preços nos itens "in natura" e alta das carnes, do leite e de derivados do trigo.
 
Nesses casos, o preço sobe por causa de restrições na oferta. No caso do trigo, a alta do dólar também pesa, já que pelo menos metade do abastecimento é garantida pelo produto importado.
 
O impacto do câmbio na inflação só não é maior porque as matérias-primas caem no mercado internacional.
 
"A dinâmica internacional das commodities mais do que está compensando a alta do dólar", diz em relatório o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luis Otavio Leal.
 
Para o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, o impacto do câmbio na inflação será limitado. "A trajetória de convergência para a meta [de 4,5%] se inicia neste semestre", disse ontem.
 
 
06 de agosto de 2013
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário