"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 6 de agosto de 2013

"O PAÍS DA MEIA ENTRADA"

      

O Brasil é mesmo um país sui generis. Por aqui, a maioria ainda acredita em “almoço grátis”. E bancado pelo papai estado, como se este não tivesse que tirar de José para dar a Pedro (ficando com boa parte como pedágio).
 
O governo adora distribuir benesses, e ninguém pergunta quem paga a conta. Tem malandro demais para otário de menos. Esse é o problema.
 
Foi sancionada pela presidente Dilma a lei que limita a 40% a meia-entrada. E a turma achou pouco! Os jovens queriam mais, queriam meia-entrada sem limite! E para transporte aéreo também, porque ninguém é de ferro.
 
Foi mantido um absurdo privilégio da União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG). O texto diz que as carteiras de identificação estudantil serão expedidas “preferencialmente” por essas entidades. Os “cumpanheiros” agradecem a preferência.
 
Os empresários reclamam, claro. Na hora de definir o preço, isso tudo deve ser levado em conta. A entrada “gratuita” de uns significa, necessariamente, o preço maior de outros. Isso só pode ser considerado justo em um país que perdeu o sentido de justiça: cada um deveria pagar pelo que consome, sem jogar o tempo todo a fatura para ombros alheios.
 
Para piorar, fala-se em estímulo a cultura, mas desde quando show de rock, baile funk e jogo de futebol são grandes fomentadores culturais? Talvez no Brasil, o que explicaria a cultura da meia-entrada e da malandragem. É tudo realmente incrível. Fica complicado dar certo assim…

06 de agosto de 2013
Rodrigo Constantino, Veja

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