"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 10 de julho de 2013

INTELIGÊNCIA MILITAR


Malandro é malandro, Mané é Mané...
Bezerra da Silva
 
Nenhum país do mundo que se preze tem menos de dois serviços secretos. Israel tem cinco e os Estados Unidos têm o mesmo número, distinguindo-se a ultrassecreta Nasa militar, repartição oculta da Nasa civil, tão admirada, no mundo inteiro, por suas proezas espaciais.
Foi essa agência encarregada do famoso projeto “Guerra nas Estrelas”, escudo antimísseis continental que pôs a pique a União Soviética e todo o sistema comunista, então vigente no Leste Europeu, que se desfez em 1989.
 
O sempre desmoralizado pela esquerda internacional, presidente Ronald Reagan, liquidou o muro de Berlim e precipitou a queda do regime soviético, então dirigido por Mikhail Gorbachev (1992).
 
A KGB, polícia secreta soviética, aparentemente dissolveu-se, e resgatando seus fundos secretos na Suíça montou as máfias econômicas e oligarquias que hoje comandam a Rússia e são simbolizadas pelo ex-chefe dessa mesma agência, o eterno “czar” Alexander Putin.
 
É assim, em rápidas pinceladas, que o mundo funciona. Mesmo nos Estados Unidos, há uma escala de informações secretas de níveis 1 a 17 e o próprio presidente só é cientificado até o nível cinco, porque os serviços secretos sustentam sempre a possibilidade de que um homem, mesmo no comando de uma Nação de força global, possa enlouquecer...
 
No Brasil, porém, temos uma agência que tenta copiar os trâmites burocráticos dos serviços secretos do resto do mundo. Apesar da intenção, formou-se uma caricatura grotesca, constituída por servidores públicos a ela alçada por concurso e arapongas de ocasião, terceirizados à sorrelfa. Ambos os grupos fazem clipes de notícias velhas e recentes de jornal e grampeiam telefones de forma atropelada. Servem apenas informes à presidência no café-da-manhã, trazendo relatórios que nem sempre antecipam acontecimentos, como os das últimas semanas, que deixaram o governo perplexo e o poder vigente com a cara no chão.
 
Nossa presidenta “incompetenta” gelou com a queda vertiginosa de sua popularidade, após tantos meses de governo, mentindo sistematicamente para o povo, tal como o seu antecessor, o Sr. Lula Rose Diamante da Silva.
 
Apesar disso tudo, porém, o Brasil ainda tem Forças Armadas, embora pretensamente dirigidas por “machões” do Itamaraty, que cuidam diligentemente de assegurar os parâmetros do revanchismo petista contra os militares, chamando pomposamente a estratégia de pôr sobre controle civil as instituições militares, através de um pretensioso mecanismo institucional, de Ministério da Defesa.
 
Defesa contra quem, se não conseguimos sustentar cinco minutos de guerra contra qualquer inimigo externo? As Forças Armadas foram sistematicamente desmoralizadas pelo PT e seus ex-terroristas instalados no governo...
 
Examinando-se bem, entretanto, os organogramas dessas Forças, descobriremos que estão intactas as estruturas afirmativas de seus comandos e estados-maiores. E aí surge um fenômeno subterrâneo, embora não oculto, que são os serviços secretos e reservados das Forças Armadas, subdivididos em graus, funções e missões.
 
Nossa inteligência militar não foi – graças a Deus – destruída, invadida ou desmantelada pela máquina de corrupção petista, que não conseguiu romper ou dividir os militares, em nenhum de seus escalões. Nem a tal “Comissão da Verdade”, uma pantomima macabra que apura só um lado do passado entre 1964 e 1985 pôde intimidar a atividade castrense, que se manteve altiva e independente, apesar de todos os descalabros e a montanha de irregularidades que temos assistido, praticados pela administração petista há dez anos.
 
Aliás, como uma ex-guerrilheira poderia fazer de outro modo? Guerrilheiros e terroristas, que se especializaram em destruir, como é que por milagre haveriam de construir alguma coisa? Como um governo com 39 ministérios, 30 partidos e 23 mil cargos em comissão poderia não produzir um rombo imenso nas contas públicas e fazer retornar a malsinada inflação, de cuja lembrança os mais velhos têm as piores e dantescas recordações?
 
Pois a voz das ruas fez-se pesar e o governo petista, na sua malandragem típica, tentou forçar as Forças Armadas a entrar na briga, gerar mais insegurança interna e, a posteriori, os malandros de alto escalão iriam chamar de fascistas os dois grupos, os arruaceiros reivindicadores das ruas e os militares que os venceriam por gravidade...
 
Ora, a inteligência militar, ou seja, gente especializada, criteriosa e discreta, que sabe distinguir informe de informação, avisou ao alto oficialato de que não deveria embarcar nessa canoa furada. O petismo não iria se escorar em quem sempre desprezou e de quem no fundo tem medo atávico. Afinal de contas, ex-terrorista, mesmo no governo, tem medo da polícia e dos militares. Sempre acha que poderá ser enquadrado, como em épocas pretéritas. Vê perigo até debaixo da cama...
 
“Cumpra-se a lei” – ofereceu ao governo o conselho da inteligência militar. A Aeronáutica sabe muito bem das viagens “imprecisas” da dona "Rose Diamante" no Aerolula. Dos movimentos dos mensaleiros e até ofereceu proteção especial ao ministro Joaquim Barbosa, a revelia da cúpula governamental.
 
Os mesmos que mataram o prefeito Celso Daniel já não podem fazer o mesmo contra o ministro Joaquim Barbosa, sem que o manto da impunidade os proteja. Os falcatrueiros que querem se manter no poder a qualquer preço vão ter que seguir os trâmites da democracia em que eles fingem acreditar.
 
A inteligência militar está intacta, assim como a base da Polícia Federal, que tem um contingente enorme de gente ousada e bem-intencionada, apesar da cegueira dos delegados superiores. Sem falar nos jovens procuradores do Ministério Público que eles tentaram amordaçar a qualquer preço. Com esses grupos o petismo não poderá contar, porque os malandros foram adivinhados.
 
E malandro adivinhado vira Mané. As estratégias estão se esgotando e a nossa incompetenta presidenta e seu arsenal de prestidigitações estão praticamente liquidados. Se eles contavam com o povo das ruas – mesmo aquele encabrestado pelo famigerado e ridículo programa bolsa-família – já não contam mais, diante da realidade dantesca da saúde, da educação e da segurança nas cidades brasileiras. Rodovias e circulação urbanas nem se fale, vez que a realidade está clamando e a corda em constrição aperta o pescoço do próprio governo.
 
Se os malandros não podem contar mais com as Forças Armadas, cujos oficiais-generais foram alertados pela inteligência do perigo iminente, vão perceber em breve a debandada dos malandros do Congresso, principalmente os do PMDB, que não querem também ser Manés. E plebiscito e referendo são coisa de Manés...
 
Parece que o país está mudando mesmo. O povo não acredita mais em balelas porque já sofreu muito; os militares vão ficar de fora do processo, alertados a tempo dos vícios do governo; os juízes, se puderem, vão pôr mesmo os mensaleiros na cadeia, inclusive o ideólogo-mor da tentativa de cubanização do Brasil, malograda em 1964 e 1970. Sem falar no ex-presidente, cujos crimes e desvios vão produzir um novo Mané... Se a tal Rose abrir a boca, sob qualquer pressão, cai a república popular do PT.
 
O grupo que desejava se eternizar no poder, embora cheio de recursos dentro da Nação e no exterior, parece que não conseguirá mais lograr os seus intentos sobre as esperanças de milhares de brasileiros.
 
Os dois últimos detentores do poder pensavam que nós éramos todos otários. Mas deixaram o rabo à mostra e a inteligência militar detectou seus movimentos promíscuos, a ponto de impedir que as Forças Armadas fossem envolvidas em brigas alheias. É o velho ditado: em barulho de umbú, urubu não entra...
 
O povo está nas ruas sem qualquer necessidade de plebiscito ou referendo. Estamos cansados das velhas conciliações "pelo alto". Logo o PMDB abandonará o barco "popular" do PT que vai afundar num lindo mar de corrupção.
 
Mas só saberemos mesmo que a coisa é pra valer quando o chefão e sua quadrilha forem trancafiados e nos deixarem em paz. Será que os malandros vão virar manés?
 
Tal será, para nós, o divisor de águas. Antes e depois dos chefões trancafiados. O país espera a coragem de seus juízes, cumprindo os cânones do bem, da moralidade e eticidade.
 
Em caso contrário, seremos mesmo todos manés e jamais precisaremos de serviços secretos.
 
Eles contavam que eram malandros, reinando sobre um monte de manés, mas parece que não é bem assim...
 
Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta e já está realmente de saco cheio.
 
Fonte:  Ternuma
10 de julho de 2013

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