"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

AÉCIO QUER QUE DILMA LEGISLE PARA ELE. O ROTO FALANDO DA ESFARRAPADA

“Nós perdemos o primeiro ano de governo sem que nenhuma reforma estrutural tenha sido enviada ao Congresso, sequer para discussão.”
“A agenda é pobre. Vamos aguardar a iniciativa do governo.”
“O presidencialismo brasileiro é quase imperial.”

Ao Legislativo cabe fazer, elaborar as leis (projetos, etc.) e ao Executivo cabe executá-las.

Partindo dessas definições que Aécio Neves parece desconhecer, as pérolas acima, ditas por ele em uma reunião em Belo Horizonte com o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), e com o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), não fazem o menor sentido. Ao cobrar de Dilma tarefas que ele mesmo deveria ter desempenhado – se tivesse trabalhado em 2011 – Aécio lembra a velha máxima do roto falando do esfarrapado.

É tão cara de pau que ainda tem o desplante de dizer que ainda vai aguardar a iniciativa do governo. Por que não cobrar de si mesmo e do Congresso os tais “projetos de reforma política, tributária, da Previdência e do Estado brasileiro” que, para ele, são tão “cruciais”, como afirmou na reunião?

Portanto, a culpa pelo que Aécio se queixa é exclusivamente dele e de seus pares, não de Dilma.

Que tal se ele falasse menos e trabalhasse mais?

08 de fevereiro de 2012
Por Ricardo Froes

Nenhum comentário:

Postar um comentário