"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O MENSALÃO NÃO É UMA FARSA

Era uma vez... no tempo em que lulas falavam, um cara chamado Luiz Erário da Silva. Depois de oito anos de domínio oficial sobre um séquito de aloprados e um povo embasbacado, fingiu que saiu do governo prometendo provar que o escândalo do mensalão era uma farsa.

De lá pra cá, não moveu uma palha no sentido de cumprir mais uma de suas promessas sem pé nem cabeça, mas com muitos tentáculos.

Agora, ainda que sem representar como antes a voz rouca das ruas, ele se desdiz como sempre se desdisse, num espetáculo dantesco de irresponsável e repetitiva coerência com o surrealismo de sua própria natureza.

Das salas de sua lavanderia, no Instituto Lula, do alto de sua honrosa presidência do PT, nos corredores do SUS no Hospital Sírio Libanês, ele mexe com os aguapés e, como presidente submerso dessa República dos Calamares continua com sua perniciosa "estratégia de coalizão", farsa infalível de comprar amigos e mal influenciar pessoas.

Bota e tira ministros; afasta martas e empurra hahahaddads; recebe estadistas de meia-pataca, como se presidente ainda fosse; diz e desdiz o que uma primeira-mulher-presidenta deve fazer, ou não; influencia tribunais, amarrota togas, puxa cadeiras e tapetes no Senado e na Câmara. E se desdiz. Como sempre.

Foi ele agora mesmo quem consagrou o deputado paulista Jilmar Tatto como líder do PT na Câmara. Acabou com as alegrias do rochonchudo Cândido Vaccarezza, líder do governo que defendia que a liderança ficasse com o petista cearense Zé Guimarães.

Até aí, nada demais. Apenas um replay da força tratoral de Luiz Erário da Silva. O pequeno detalhe é que, para emplacar Jilmar Tatto - que apoiou Hahahaddad - Lula trouxe à baila o fato de que o assessor de Guimarães foi flagrado com dinheiro na cueca, quando tentava embarcar em um aeroporto. Pronto! Lula sepultou o pretensioso Zé Guimarães. Simples assim.

Mas nem tanto... Para sepultar o pretenso líder, Lula ressuscitou o Mensalão. Justamente aquele que ele jurou ser uma farsa. Nada demais. Apenas Lula se repetindo no Lula de sempre.

09 de fevereiro de 2012
sanatório da notícia

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