"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

BRIZOLA EXERCITAVA A ARTE DO DIÁLOGO

Brizola, na volta do exílio, exercitava a arte do diálogo. Mesmo dialogando com adversários, não havia força capaz de levá-lo a trair os ideais, coincidentes com a defesa dos mais lídimos interesses do País. Quero dizer ao admirado José Carlos Werneck que nunca censurei o comportamento de Leonel Brizola quando dialogava com Figueiredo ou mesmo com Collor. Quando o fez, foi com os olhos dirigidos para efetiva proteção à causa da nacionalidade.

Figueiredo e Collor, mesmo nos piores momentos, além de serem políticos da época, nunca foram piores do que Ulisses e Tancredo. Uniram-se estes, quando se apresentou conveniente, a quantos apoiaram a ditadura durante o período mais cruel.

Os adversários de Brizola — o líder mais combatido pelas forças direitistas durante décadas — sempre desejaram que ele ficasse em total isolamento para ser facilmente massacrado.

De minha parte, sempre confiei no caráter de Leonel Brizola, e jamais, em decorrência disso, vivi decepções.

Quando da aproximação com Figueiredo, houve receios e ciúmes do dispositivo militar, à vista do temor de que Brizola estivesse influenciando o general-presidente. Mas hoje ninguém lembra mais disso.

Hugo Gomes de Almeida
03 de fevereiro de 2012

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