"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quinta-feira, 26 de abril de 2012

A EDUCAÇÃO DE DILMA (E A DO BRASIL)


1

É uma conversa imaginária. Faça "aquela" voz e ponha o devido sotaque:

É o seguinte, minha santa: o PT já "é"; ninguém mais precisa ser convencido disso.
O que nós precisamos mostrar, vejahn, é que os outros também "são", principalmente aqueles poucos que ainda pareciam não ser.

Essa é a única novidade que esta CPI vai trazer. É isto que vai ficar na memória dos eleitores.
Vai sobrar pros nossos?
Vai. Mas e daí?

Cê demite os que aparecerem nas gravações; dá ferias pra eles aproveitarem um pouco a vida; vai trocando quem sair por gente das mesmas panelas. O povo já se acostumô com isso. Não mexe nem cos arranjos da base e você ainda fatura a fama de faxineira.


Acaba pulando pra faixa dos 90% de aprovação! Nunca antes na história desse país, menina!

Aí nóis tiramo deles a única arma que eles podiam usar nos debates. O resto já tá no saco. O resto é só o horário eleitoral onde a gente fala o que qué.
Quando essa CPI acabá, o jogo tá zerado. Não tem mais ninguém que "não é". Aí quero ver quem vai vim falar de roubalheira".
...
No início, antes de ouvir o mestre, o estômago e os nervos de Dilma, ainda "viciados" na memória de velhos tempos, esboçaram uma reação.
Mas depois, pensando bem…

2

O Veríssimo hoje, terminou seu artigo assim:

"Até surgir a possibilidade de ser tecnicamente denunciado, o político corrupto podia contar com a condescendência do público. Mesmo quando não havia dúvidas quanto à sua corrupção, havia sempre a suspeita de que não era bem assim.
Sua culpa - até se ouvir sua voz gravada combinando a divisão dos milhões, ou ver sua imagem forrando os sapatos com dinheiro - era sempre uma conjetura. Imaginávamos o que acontecia nos bastidores do poder corrupto mas era um pouco como imaginar uma orgia romana, ou visualizar uma orgia romana através da imaginação de um artista.
Agora não. Com a banalização do grampo telefônico e da minicâmera escondida, temos o que faltava no quadro. Temos todos os sórdidos detalhes e a orgia às claras. Temos o que enoja".
Enoja quem, cara pálida?

O "poder corrupto", esquece vosselência de considerar, depois de todos os filmes e de todas as gravações, conta com 87% de aprovação popular.
De modo que o que parece mais é que a única coisa que esse povo realmente lamenta é ter de ficar vendo de fora essa orgia romana...

fernaslm
26 de abril de 2012

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