"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 25 de junho de 2012

ASSAD É APENAS UM HOMEM, ELE NÃO É A SÍRIA

Não é correto pensar, deduzir ou concluir que, com a queda de Al Assad, a Síria vai deixar de ser a Síria, e que organizações como o Hesbolah e o Hamas vão ficar sem patrono. Não há adivinho, mago, profeta ou medium que possa vislumbrar o que vai ocorrer. Assad é apenas um homem. Ele não é a Síria.
Pelo que já ocorreu no Egito, Israel deve estar mesmo apreensivo, já que lá as coisas não rolaram como o governo de Israel certamente esperava. Não é tão simples assim. Estados Unidos são uma nação. Israel é outra, embora exerça certa influência no primeiro, e vice versa.
Há necessidade de se aprofundar mais na história do Oriente Médio, para se concluir que a permanência, ou a queda de Al Assad não tem grande importância.
Um outro fator que necessita ser sublinhado, se queremos refletir em profundeza sobre o radicalismo do Islam, desse Islam exttremista, é justamente a radicalização religiosa de Israel. O sucesso dessa radicalização religiosa dos que defendem uma Grande Israel e a legitimação religiosa e histórica do Estado de Israel pouco ou quase nada tem a ver com Assad e com o Irã.
Além do mais, através de Israel é que há uma legitimação do fundamentalismo árabe, que não começou nem vai terminar com Assad. Ao mesmo tempo que se constata a mais nobre resistência ao colonialismo.
Qualquer pessoa de média capacidade de raciocínio sabe disso. É primário demais pensar que o cenário está pronto para a invasão do Irã.
Os próprios americanos já se valeram de um certo Islamismo para combater o comunismo ateu. A América é uma potência que também se islamisa, ou que está prestes a acolher os germes de um islamismo ativista, potencialmente terrorista.

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