"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 22 de julho de 2012

ATIRADOR É CONSIDERADO UM "FANTASMA" ONLINE

 Suspeito não tem perfil no Facebook, no Twitter, no MySpace ou no Instagram


Foto de 2006, época em que James Holmes era estudante do Ensino Médio em Westview High School
Foto: Reuters


Foto de 2006, época em que James Holmes era estudante do Ensino Médio em Westview High SchoolReuters
RIO — A maioria das pessoas nascidas na geração 2.0 compartilha muito da vida na internet. Fotos de almoços com amigos, reclamações sobre o dia a dia, anseios e dúvidas existenciais enchem as redes sociais de perfis online.
A história também tem mostrado que muitas vezes os atiradores solitários tendem a contar suas intenções na internet muito antes de cometer qualquer ato de violência. Mas James Holmes, jovem de 24 anos que abriu fogo em um cinema em Denver, no Colorado, e deixou 12 mortos, além de dezenas de feridos, parece ser uma exceção à regra.
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A polícia diz que o suspeito não tem antecedentes criminais. Um relatório do FBI conta que ele veio de San Diego e que sua mãe ainda mora lá. Os vizinhos afirmam que ele era recluso e não cumprimentava as pessoas. Um professor elogia suas capacidades matemáticas e diz que ele era um aluno excepcionalmente esperto.
Em comunicado divulgado hoje, a família do atirador disse ter sido pega de surpresa pela notícia do massacre. E só, é tudo que se sabe sobre ele.
Nada de perfil no Facebook, no Twitter, no MySpace ou no Instagram. Ele é o que especialistas chamam de fantasma on line.

Lance Ulanoff, editor do site Mashable.com, conta que passou todo o dia procurando qualquer pista sobre o suspeito na internet. Sem achar nada, mudou a pesquisa do Google e das redes sociais para sites de entusiastas de armas com base no Colorado. Em um dos fóruns, ele usou o sistema de busca para cavar pesquisas com as palavras-chave: “Aurora”, “cinema” e “Batman”. Três horas depois, continuou sem achar nada relacionado ao incidente ou qualquer conversa aleatória sobre um plano para matar pessoas em um cinema.

- Para mim, é inconcebível que Holmes não tenha um perfil online. A resposta mais óbvia é que ele não vem usando seu nome real na rede - disse no site.

Um vizinho recluso

Nascido em San Diego, Holmes era formado em Neurociência pela Universidade do Colorado e iniciou um doutorado em “Distúrbios psiquiátricos e neurológicos”, no segundo semestre de 2011.

No mês passado, ele teria começado um processo para abandonar o curso, mas fontes da universidade não souberam o motivo. Testemunhas do massacre contaram que o atirador não falou uma única palavra antes de realizar os disparos, e que se manteve calmo durante todo o tempo. Holmes foi encontrado pela polícia pouco tempo depois, no estacionamento atrás do cinema.

Vizinhos do suposto atirador se mostraram surpresos com a notícia do massacre. Eles classificaram o jovem como uma pessoa reclusa, que não os cumprimentava. Kaitlyn Fozin, que mora no andar de baixo de Holmes, contou que o suspeito estava ouvindo música eletrônica com o volume muito alto antes de sair para ir ao cinema. Segundo a vizinha, a música repetiu interruptamente - como se fosse uma única canção - até que o som parou por volta da 1h de madrugada.

Em uma solicitação para alugar um apartamento do início de 2011, Holmes se descreveu como um estudante “tranquilo e de convívio fácil”, de acordo com o jornal local “Denver Post”.

22 de julho de 2012
Marina Gonçalves
Com agências internacionais

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