"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A INÚTIL UNE

UNE anuncia que enfim vai reconstruir sua sede no Rio. Para quê? Para nada.


Quase dois anos depois de receber R$ 30 milhões da União, faltando ainda a última parcela de R$ 14,6 milhões de uma indenização por perdas e danos que teve aprovação unânime no Congresso Nacional, a União Nacional dos Estudantes (UNE) anuncia a construção de sua sede no Rio de Janeiro, que terá um centro cultural com teatro, cinemas, espaço multiuso, museu, livraria e café, além de uma exposição permanente em homenagem aos estudantes vítimas do regime militar.

Presidida por Daniel Iliescu, a diretoria da UNE vem sendo acusada de dilapidar os recursos da indenização e de estar atrelada ao governo. Agora, a entidade diz que vai usar nas obras os recursos (os que sobraram da indenização, claro) e a construção deve durar dois anos. A UNE foi a primeira pessoa jurídica a ser indenizada pelos crimes da ditadura.

O terreno onde o prédio será construído é o mesmo onde funcionou a histórica organização estudantil nos anos 1940, 1950 e 1960. A sede foi incendiada em 1964 pela ditadura militar e demolida em 1981. O projeto do novo prédio vem de um esboço feito em 1982 pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

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FUNDADOR CRITICA A UNE

Homenageado na cerimônia de lançamento das obras, o único fundador da UNE ainda vivo, Irum Sant’Ana, foi entrevista por Akemi Nitahara, da Agência Brasil. Disse que a entidade foi um sonho que ultrapassou o ideal daqueles jovens no ano de 1937, mas fez criticas à direção.

“Quando ela começou a luta para existir, e depois que passou a existir, meu pensamento passou a ser o seguinte: meu sonho em relação a UNE foi muito pequeno em relação ao que ela é, e em relação ao que ela vai dar aos estudantes. Principalmente ela representou esse papel de unir os estudantes, de dirigir os estudantes com um programa nacional libertador”.

Irum Sant’Ana, no entanto, criticou a atual movimento estudantil. “Pelo que eu vejo, pelas notícias, vocês vão me desculpar, vocês são estudantes, são os diretores do poder jovem, mas está muito fraco, o que vocês estão fazendo está muito, muito fraco. Há anos que este espaço aqui deveria ter sido objeto de reconstrução, e vocês não exigiram isso?”, perguntou.

Sant’Ana tem toda razão. Esta UNE de hoje não passa de uma sucursal da pelegada do governo. A entidade deveria ser fechada, a bem do interesse público. Não serve para nada.

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