"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

SE OS CINCO BACHARÉIS NÃO MENTIRAM, O BRASIL PRECISA PEDIR PERDÃO AOS MENSALEIROS E EXIGIR A PRISÃO DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

O advogado José Luiz Oliveira Lima, defensor de José Dirceu, ficou irritado com Roberto Gurgel, procurador-geral da República. Garantiu que seu cliente, desde que assumiu a chefia da Casa Civil, ficou ocupado demais para se meter em assuntos do PT. A trabalheira no Planalto era tanta que, mesmo que existisse a quadrilha inventada pelos inimigos de Dirceu, ele nem teria tempo para chefiá-la. Dirceu é inocente, jura o doutor Oliveira Lima.

O advogado Luis Fernando Pacheco, defensor de José Genoíno, ficou bravo com Roberto Gurgel. Depois de lembrar que seu cliente nem foi eleito presidente do PT ─ teve de assumir o cargo que Dirceu trocou pela Casa Civil ─, garantiu que o réu se limitou a lidar com questões políticas. Como é ruim de conta, só assinou papéis e recibos que Delúbio Soares ou Marcos Valério lhe apresentaram. Genoíno é inocente, jura o doutor Pacheco.

O advogado Arnaldo Malheiros Filho, defensor de Delúbio Soares, ficou aborrecido com o procurador-geral da República. Garantiu que seu cliente, concentrado nas funções de tesoureiro nacional do PT, nunca lidou com questões políticas, muito menos com barganhas envolvendo aliados. Forçado pelas circunstâncias a abastecer o caixa dois do partido, precisou recorrer a recursos não contabilizados. Delúbio é inocente, jura o doutor Malheiros.

O advogado Marcelo Leonardo, defensor de Marcos Valério, ficou indignado com Roberto Gurgel. Garantiu que seu cliente jamais participou de assaltos a cofres públicos, não armou maracutaias bancárias, não descumpriu contratos e nunca viu sequer a cor de malas de dinheiro. Limitou-se a tirar dinheiro do próprio bolso para ajudar o PT a pagar despesas de campanha. Marcos Valério é inocente, jura o doutor Leonardo.

O advogado Hermes Guerrero, defensor de Ramon Hollerbach, ficou magoado com o procurador-geral. Garantiu que seu cliente, embora fosse sócio de Marcos Valério, jamais soube direito que tipo de negócio o parceiro de negócios andou fazendo. Argumentou que o publicitário sempre aparece acompanhado nos episódios mencionados pela acusação, insinuando que os culpados são os outros. Hollerbach é inocente, jura o doutor Guerrero.

Se os bachareis do mensalão não mentiram, absolver os réus será pouco. Além de pedir desculpas a Lula, o Brasil inteiro precisa também pedir perdão aos patriotas injustiçados. E exigir que o procurador-geral Roberto Gurgel seja sumariamente condenado por injúria, calúnia e difamação.

06 de agosto de 2012
Augusto Nunes

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