"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 30 de setembro de 2012

NOVO ESTUDO REACENDE POLÊMICA SOBRE DROGA ABORTIVA


Ligado à mortalidade materna, o misoprostol é novamemte tema de controvérsia. A droga, conhecida pelo nome Cytotec, foi originalmente criada para tratar úlceras gástricas, mas tem sido usada para hemorragias pós-parto e abortos. Desde 2011, a OMS tem a droga como fundamental para o tratamento de sangramentos pós-parto.

Um estudo recente que avaliou a eficácia de uma droga para uso no parto provocou uma reação cruel dos grupos pró-aborto de pressão política nesta semana, aprofundando as preocupações com a politização das pesquisas internacionais de saúde materna.


Um estudo publicado na prestigiosa revista da Sociedade Real de Medicina investigou como a eficácia da droga misoprostol para impedir sangramentos que coloquem em perigo a vida das mulheres que acabaram de ter um bebê. O estudo revelou que as pesquisas existentes são insuficientes para justificar a inclusão do misoprostol na lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A professora Allyson Pollock e suas colegas da Universidade de Londres concluíram que os recursos seriam mais bem gastos na melhoria de assistência médica básica para mulheres grávidas e na redução de fatores de risco como anemia, em vez da aceitação de um padrão mais baixo de assistência. Num comunicado à imprensa, a Dra. Pollock declarou que “os países desenvolvidos não sonhariam em dar misoprostol às mulheres durante o parto na base das evidências atuais, mas a indústria farmacêutica e profissionais de saúde estão promovendo-a amplamente nos países em desenvolvimento”.

Embora tais estudos sejam rotineiros no campo médico, o artigo provocou polêmica imediata devido ao debate maior do aborto. Ainda que médicos pró-vida tenham também reconhecido a utilidade do misoprostol para impedir hemorragia pós-parto em certas circunstâncias, a oposição ao estudo veio principalmente de organizações que promovem o aborto.

“Penso que os autores desse documento ingênuo e enganoso deveriam se arrastar de joelhos e implorar perdão para essas mulheres por sugerir que neguemos a elas acesso a uma medicação que comprovadamente salva vidas chamada misoprostol”, disse o Dr. Malcolm Potts, professor de 'População e Planejamento Familiar' na Universidade da Califórnia em Berkeley. Potts foi no passado diretor médico da Planned Parenthood (Federação Internacional de Planejamento Familiar), um dos maiores apoiadores do aborto do mundo.

Pathfinder International, que inclui mais acesso ao aborto entre suas metas, exortou a OMS a deixar o misoprostol na lista e sugeriu uma abordagem que “lidaria com necessidades imediatas e urgentes enquanto as soluções de longo prazo estão sendo desenvolvidos”.

A organização abortista Women on Waves oferece instruções para usar o misoprostol para induzir o aborto em seu site. Numa entrevista para a Alternet, a Dra. Rebecca Gomperts disse: “estamos treinando as organizações de mulheres sobre… como usar o misoprostol para abortos seguros e nascimentos”.
Menos preocupada com leis que restringem o aborto, Gomperts disse que ela media seu sucesso pelo “acesso” e “educação”, e acrescentou: “O problema será assegurar que os medicamentos continuem a ser disponíveis”, algo que a inclusão na lista da OMS tem a intenção de garantir.

Em 2011, a OMS adicionou o misoprostol à sua lista de medicamentos essenciais como tratamento para mulheres que sofrem de sangramento pós-parto. A inclusão nessa lista designa uma droga como uma que tem de ser disponibilizada a preços econômicos no mundo inteiro.

O misoprostol, também conhecido pelo nome de marca Cytotec, foi originalmente designado como um tratamento para úlceras gástricas, mas tem sido usado para hemorragias pós-parto e abortos. Por causa dessa última função, a adição do misoprostol para a lista da OMS foi polêmica.

A Dra. Pollock tinha palavras particularmente fortes com relação à promoção do acesso mundial ao misoprostol. Numa entrevista para o jornal The Guardian, ela se referiu a essas campanhas como “ideologia, convicção e fé”, declarando: “É como dar um medicamento embusteiro e dizer que é melhor do que nada”.

Escrito por Rebecca Oas

Tradução: Julio Severo

Publicado no ‘Friday Fax’ do C-FAM.

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