"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 30 de setembro de 2012

DE ROEDORES E DE HOMENS

 
Recebo do leitor Felipe Moura Brasil, o texto que segue, publicado na sua página no Facebook. E não se esqueçam do nosso encontro nesta semana.

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Se você ainda se espanta quando mentem a seu respeito, distorcem suas palavras, insinuam intenções ocultas nas suas atitudes e reduzem o seu trabalho àquilo que gostariam que ele fosse só para poder falar mal com mais propriedade, chegou a hora de você conhecer os professores dessas pessoas. Aqueles que inoculam no ambiente cultural os vícios que as alimentam.
 
O mais novo deles é Bernardo Mello Franco, jornalista da Folha de S. Paulo que, sob o pretexto de resenhar o livro “O País dos Petralhas II: O inimigo agora é o mesmo”, de Reinaldo Azevedo, acabou fazendo uma brilhante resenha de suas próprias qualidades morais.
 
Eu as descreveria aqui se o argentino José Ingenieros já não as tivesse descrito no emblemático livro “O homem medíocre”:
 
“O verdadeiro crítico enriquece as obras que estuda e, em tudo o que toca, deixa um rastro de sua personalidade. Os criticastros, que são, por instinto, inimigos da obra, desejam diminuí-la, pela simples razão de que eles não a escreveram. (…) Têm as mãos travadas por fitas métricas; seu afã de medir os outros corresponde ao sonho de rebaixá-los até a sua própria medida. (…) Quando um grande escritor é erudito, reprovam-no como falto de originalidade; se não o é, apressam-se a culpá-lo de ignorância. Se emprega um raciocínio que outros usaram, denominam-no plagiário, embora assinale as fontes da sua sabedoria; se omite a assinalação, acusam-no, por serem vulgares, de improbidade. Em tudo encontram motivo para maldizer e invejar, revelando a sua antipatia interna.”
 
No Brasil, se um verdadeiro crítico, como Reinaldo Azevedo, responde a seus detratores, os “criticastros”, como Bernardo Mello Franco, reprovam-no pelas “balas” de um “fuzil sem piedade”. Se é implacável em seus argumentos, condenam seus “insultos”.
Se escreve sobre os mais variados temas, apressam-se a culpá-lo de motivações eleitorais.
Se analisa a fala de um ministro da Educação quando ainda ministro da Educação, apontam seu apoio ao adversário do ex-ministro na campanha atual por uma prefeitura.
“Em tudo encontram motivo para maldizer e invejar, revelando a sua antipatia interna” — condição sine qua non, aliás, para a ideológica, partidária ou de aluguel.
 
Bernardo Mello Franco é um inimigo da obra “O país dos Petralhas II” e tentou rebaixá-la, bem como ao autor, até a sua própria medida. Esse rebaixamento encontra eco em corações ressentidos do talento alheio, renovando a cultura da inveja e da maledicência, já tão tradicional no país.
 
É por isso que o desgosto dos “roedores da glória”, como também os chamava José Ingenieros, é sempre o maior elogio que alguém pode receber. Ninguém precisaria enganar o público para falar mal de uma obra ruim.
 
Leiam Reinaldo Azevedo, senhores! Bernardo Mello Franco não gostou.
 
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Abaixo, os convites para o lançamento em São Paulo e no Rio.
 


30 de setembro de 2012
Por Reinaldo Azevedo

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