"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 11 de setembro de 2012

RELATOR COMPLICA DIRCEU, AO DENUNCIAR QUE VALÉRIO ERA O INTERMDIÁRIO ENTRE A CASA CIVIL E O BANCO RURAL

 

Relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, o ministro Joaquim Barbosa complicou a situação de José Dirceu, ao afirmar que o publicitário Marcos Valério agiu como “intermediário” do então ministro da Casa Civil e da dona do Banco Rural, Kátia Rabello.


Barbosa explica a lavagem

Segundo o relator, foram “comprovadas 46 operações de lavagens de dinheiro” do Banco Rural para o esquema, e a ocultação da origem do dinheiro ocorreu por meio de saques na boca do caixa do banco e também por empréstimos simulados.

O esquema funcionava da seguinte maneira: o banco informava ao Banco Central e ao Conselho de Administração Financeira que os recursos eram sacados pelas agências de publicidade do empresário Marcos Valério, apontado como operador do esquema, e seria destinados a para pagar fornecedores. Na prática, no entanto, Valério indicava ao Rural a identificação de sacadores.

Para o relator, o Rural sabia que Valério agia a pedido do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

“A cúpula do Banco Rural sabia que os repasses feitos pelo núcleo publicitário tinham como destinatários pessoas indicados por Delúbio a Valério”, disse Barbosa destacando que a dona do Rural, Kátia Rabello, se encontrou duas vezes como o ex-ministro José Dirceu, uma delas no Palácio do Planalto.

Barbosa acrescentou que os réus agiram também com empréstimos simulados para ocultar a origem dos recursos. “Não há como negar que os réus, dolosamente, em divisão de tarefas próprias de um crime organizado também fraudaram empréstimos, ocultaram bens, informações e dados, para ocultar proprietários e beneficiários de quantias, como etapa para a real lavagem de dinheiro”, disse.

Segundo o relator, eram realizadas fraudes contábeis para que o núcleo publicitário “conseguissem passar valores milionários do Banco Rural com a dissimulação da origem dessas quantias e ocultação dos verdadeiros beneficiários desses recursos, que praticaram crimes”.

O ministro disse ainda que o esquema usou um empréstimo da empresa do advogado de Valério Rogério Tolentino no BMG para lavagem de dinheiro. Teria ocorrido uma triangulação para lavar R$ 10 milhões que teriam abastecido o esquema e que teriam origem no Visanet.

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