"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

PT PEDIU 6 MILHÕES PARA PAGAR CHANTAGISTA DE LULA EM SANTO ANDRÉ, SEGUNDO MARCOS VALÉRIO


O PT teria pedido ao operador do mensalão, Marcos Valério, R$ 6 milhões para que o empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André (SP), parasse de chantagear o ex-presidente Lula, o então secretário da Presidência Gilberto Carvalho e o ex-ministro José Dirceu. Por trás das ameaças estaria a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), executado em janeiro de 2002.
 
A polícia concluiu que o petista foi vítima de "criminosos comuns", mas o Ministério Público sustenta que ele foi eliminado a mando do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, porque decidiu dar um basta em amplo esquema de corrupção em sua administração depois que constatou que o dinheiro desviado não abastecia exclusivamente o caixa 2 do PT, mas estava sendo usado para enriquecimento de algumas pessoas.
 
As informações de Valério foram dadas em depoimento ao Ministério Público Federal. Ele afirmou que se recusou a interferir neste caso. Mas contou que Lula foi ajudado por José Carlos Bumlai, que tinha livre acesso no Palácio do Planalto no governo Lula. Amigo pessoal do ex-presidente, de quem é anfitrião frequentemente em sua fazenda em Mato Grosso do Sul, Bumlai é um dos maiores pecuaristas do País. O dinheiro teria vindo de um empréstimo firmado por Bumlai no Banco Schahin, grafado erroneamente como Chain no depoimento prestado por Valério.
 
O relato que Valério faz é detalhado. Ele contou que foi Silvio Pereira, o Silvinho, então secretário-geral do PT, quem o procurou pedindo esta nova ajuda. O encontro foi marcado no Hotel Sofitel, em São Paulo, reduto de reuniões da cúpula do PT durante quase todo o governo Lula. Valério contou que os dois se sentaram em uma mesa do lado de fora e que Silvinho disse que Ronan vinha chantageando Lula, Dirceu e Carvalho. E pediu a Valério o dinheiro para estancar a chantagem. Valério recusou-se a ajudar o PT neste caso. "Me inclua fora disso", limitou-se a dizer.
 
Silvinho insistiu, pedindo apenas que aceitasse uma conversa com Ronan. O encontro foi marcado no "Hotel Puma", na verdade Hotel Pullman, situado no Ibirapuera, em São Paulo. Teriam participado da conversa Valério, Ronan e o jornalista Breno Altman. Segundo Valério, Ronan disse que os R$ 6 milhões seriam usados para comprar 50% do jornal Diário do Grande ABC - conforme Valério disse ter ouvido de Silvinho.
 
O Diário do Grande ABC, disse o operador do mensalão, vinha publicando seguidas matérias sobre o assassinato de Celso Daniel- Ronan é hoje proprietário do jornal. Apesar desses detalhes, Valério disse que Silvinho não lhe contou o motivo da chantagem. O operador do mensalão não especifica como Bumlai entrou nessa negociação. Mas conta que o dinheiro veio de um empréstimo contratado por Bumlai no Banco Schahin.
 
(Estadão)
 
11 de dezembro de 2012
in coroneLeaks

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