"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

EM VÍDEO CONFERÊNCIA, MINISTRO DA DEFESA REFORÇA LELADADE AO GOVERNO

Militares apoiam Maduro e adiamento de posse de Chávez

  • Oposição vai ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) pedir um pronunciamento do órgão sobre a prorrogação da cerimônia

Presidente venezuelano, Hugo Chávez, durante evento em Caracas em 2012
Foto: AFP/JUAN BARRETO
Presidente venezuelano, Hugo Chávez, durante evento em Caracas em 2012AFP/JUAN BARRETO
 
CARACAS - O ministro da Defesa da Venezuela, Diego Molero Bellavia, anunciou na noite de terça-feira que o alto comando militar do país apoia o vice-presidente Nicolás Maduro e o adiamento da posse do presidente Hugo Chávez.
Enquanto isso, a oposição anunciou nesta quarta-feira que vai ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) pedir um pronunciamento sobre a prorrogação da cerimônia que oficializa a continuidade de Chávez no governo, com a esperança de que o órgão mantenha a obrigatoriedade da posse para esta quinta-feira (10).
 

- É muito evidente que Chávez não está governando. Eles querem nos fazer acreditar que ele está no comando, mas não está - disse Ramón Guillermo Aveledo, secretário-executivo da Mesa de Unidade Democrático.
 
Na noite de terça-feira, em vídeo conferência, o representante dos militares disse que Maduro pode contar com Forças Armadas "unidas" e com "lealdade inquestionável.
 
- Eu queria reforçar ao senhor vice-presidente que você conta com uma Força Armada Nacional Bolivariana unida, com altíssima moral, uma capacidade de atuação íntegra e também com uma lealdade inquestionável. Somos comprometidos de alma, mente e coração com o processo revolucionário - expressou Bellavia, ao lado de Maduro.
 
O ministro também afirmou que as Forças Armadas entendem claramente a Constituição, em um sinal de apoio ao adiamento da posse de Chávez, aprovado na terça-feira pela Assembleia Nacional.
- Temos Forças Armadas que entendem claramente, não só a Constituição, mas que levam também no coração a essência de que viemos desse povo, devemos a ele, e obedecemos a ele.
 
Na terça-feira, o governo venezuelano confirmou que Chávez não fará o juramento no dia 10 de janeiro para assumir seu novo mandato. Em comunicado lido a congressistas, Maduro pediu, em nome do presidente, que ele faça o juramento em outra data diante do Tribunal Supremo de Justiça, de acordo com o Artigo 231 da Constituição.
 
O comunicado, no entanto, não especificou qualquer data para a realização da cerimônia, gerando críticas da oposição. A mensagem foi lida pelo presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, enquanto governistas aplaudiam e rivais políticos permaneciam em silêncio.
 
A Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) - dominada por juízes chavistas - deve se pronunciar nesta quarta-feira sobre a correta interpretação dos artigos da Constituição que se referem ao juramento da posse, à ausência temporária e à ausência definitiva do presidente.
 
Para os partidários de Chávez, a data da posse é apenas um formalismo e o Artigo 231 não especifica a data e nem o local para a cerimônia diante do TSJ. No entanto, oposicionistas acreditam que a data da posse é uma e não pode ser alterada.
 
Em resposta, Maduro também argumenta que Chávez tem uma permissão para se tratar em Cuba “pelo tempo que for necessário”, segundo o artigo 235 da Carta Magna. De acordo com a norma, a Assembleia Constitucional tem o direito de dar a aval para que o presidente passe mais do que cinco dias fora do país e continue em exercício.

09 de janeiro de 2013
 O Globo

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