"A verdade será sempre um escândalo". (In Adriano, M. Yourcenar)

"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o soberno estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade."
Alexis de Tocqueville (1805-1859)



domingo, 27 de janeiro de 2013

NOVA IORQUE TENTA APAGAR O TRAUMA DO 11 DE SETEMBRO

 

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Nova Iorque (por Jorge Oliveira) – Uma cidade revestida de concreto, que concentra 19 milhões de pessoas, sobressaltadas pela sirene dos carros de bombeiros, buzinas dos taxis dirigidos por indianos, paquistaneses e outras nacionalidades esquisitas que pouco falam o idioma. Pelas suas 450 estações do metrô correm mais de seis mil vagões que transportam por dia mais de cinco milhões de pessoas.
Estamos falando de Nova Iorque, cidade do mundo, que se transformou nos últimos vinte anos e se revigora depois do atentado de 11 de setembro de 2001.

A cidade que sofreu um dos maiores atentados terroristas – mais de 3 mil pessoas morreram nos prédios do World Trade Center – tenta esquecer o trauma que deixou na memória do nova-iorquino sequelas inapagáveis de uma amanhã de terror.
Até hoje, o governo custeia medicamentos e terapia para pessoas afetadas pelo episódio.

Quase quinze anos depois do atentando, os nova-iorquinos tentam botar em ordem a sua cidade com a queda em mais de 80% do índice de criminalidade e um choque de ordem que virou exemplo para outras megametrópoles no mundo. A cidade está mais humana (isso mesmo, mais humana!).

A prefeitura atuou com seriedade para retirar os camelôs das ruas e conscientizar a população da limpeza da cidade. Essa é a diferença que marca a atuação do prefeito Michael Bloomberg com a do ex- Rudolph Giuliani, uma espécie de Cesar Maia, que administrou Nova Iorque com factoides e espetacularização, mas pelo menos derrubou a criminalidade, além de recolher das ruas da cidade e do metrô os mendigos.

Chinatown, antes um formigueiro de camelôs que ocupavam as calçadas com todo tipo de bugigangas, virou um centro comercial organizado e civilizado influenciado pela recuperação de Village e Soro, dois bairros que alimentam hoje a cultura e a moda, recantos de artistas, jornalistas, escritores e um pessoal meio Underground.

A queda da delinquência e a recuperação desses bairros provocou um aumento na especulação imobiliária que faz inveja ao Rio, uma das cidades mais caras do mundo, que se reorganiza para os eventos da Copa e das Olímpiadas.

Aos poucos Nova Iorque vai se recuperando do trauma do 11 de setembro e as pessoas apagando os traumas . No local do desabamento das torres, está sendo erguido um conjunto de prédios tão imponentes como os que foram derrubados pelos terroristas do Bin Laden.

A ocupação do local por esses colossais arranha-céus não só reafirma o símbolo do capitalismo mundial como reconstrói e realimenta o orgulho dos nova-iorquinos por essa cidade cativante, acolhedora e...mágica.


27 de janeiro de 2013
claudio humberto

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